terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Amanheceu

Amanheceu
Ofertada a Rafaela Palmeira


Amanheceu...
Tudo bem, só um pouco de azia.
A luz do dia faz questão de lembrar,
Que o sol nasce pra todos
Mas a sombra, só pra quem já sabia
Que o poeta às vezes se rende
Ao vinho, à noite, ao açoite
Ou a qualquer coisa
Por qualquer coisa sonhar

Quem puder que sinta outra vez
O cheiro doce da calma
A leve brisa que beija o próprio vento
E traz licença poética
Pra todo tipo de desorientação

Ela se foi...
Fiquei tonto, esse conto, esse encontro
Ela se foi...
A moça do vestido branco

Levou meu coração.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sem um quê

Autor: Pietro Pascoli

Não deveria haver separações
Entre todos os poderes
Soou tão sem um “quê”
Que até posso gostar

É que não tem nenhum sentido
No seu pensamento
Mas é tão lindo o meu tormento
De querer te devorar

Obrigado!
Por ser tão desamor
Obrigado!
Não guardo nenhum rancor

Você até me disse:
Muito bom te ver!
E eu ao dizer: massa!
Confesso! Não soube decifrar

Mas é que o meu pau
Nunca foi dono do momento
E o velho sentimento
Perdeu pra alguém ganhar

Meu amor...
Hoje veio do Pará.
Outro amor...
Hoje voltou pro Pará.

Noel, cartola e companhia
Refém da fantasia
Tanta imoral poesia
Não saberiam expressar

Mentiras!
Doces...
Mentiras.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Vagalumes

Vagalumes


Vagalumes
Luzes sutis na escuridão...
Não fazem estardalhaço,
Como detalhes do coração.

A bondade de uma bruxa,
Uma vida por um triz
A sabedoria de um menino,
O que não se vê diante do nariz

Que a dor seja visceral,
Na presença da saudade
Ao encontro de um sorriso,
O amor não tem idade!

A estrofe de um solitário,
O caminho interminável...
Vou fazendo poesia,
Minha sede insaciável.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dervixe

Dervixe


Disseram que eu estava cego
Transtornado de amor
Dizia coisas sem sentido
E faria um favor

Se eu fosse embora
Se eu fosse embora

Viajei por tantos lugares
Cheiros, cores, sensações
Emoções, redemoinhos, descobertas, confusões

Também tive muitos lares
De fartura, no subúrbio, sideral
Dei risada do destino
Namorei o bem e o mal

Pisei na bola
Pisei na bola

Fiz de mim menino errante
Aprendiz do que nem sou
E o segredo do universo
Lamentei por quem achou

domingo, 8 de janeiro de 2012

A Borracharia

Autor: Pietro Pascoli

Nosso universo se expande e contrai
As estrelas se transformam em poeira
E o desejo que às vezes atrai
Desaparece na segunda feira!

E a falta que nem foi sentida
Até virou celebração
De uma alma que evoluindo
Não aguenta mais ser só tesão!

E a gente só queria fazer alguém feliz...

Desculpe o clichê, é que às vezes me soa tão banal
Fazer de pneu furado minha poesia
Refém do cio, sedento, caçando paixão
Consertando a solidão numa borracharia

Imagina alguém, quem?
Qualquer dor que torne leve
O delírio de estar nu pra poder se entender
Mais um abraço ao travesseiro,

Você com você, você com você!

E a gente só queria fazer alguém feliz...