Me olhava o menino
O menino me olhava...
Primeiro a cadência, a carência
A vontade de comer, de saber
Se haveria pão
Depois a alegria
Um aperto de mão
Quem diria! Gratidão
Por fim o adeus
Triste, genuíno
Eu olhava
Me olhava o menino
Em casa a mesa farta
Suco de maracujá, salada
Água boricada e algodão
Viver em vão.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Lucidez e contradição
Amor sem perdão
Vitória sem solidão
Paixão sem tesão
ou não
ou não
Não espere lucidez
Sem contradição
Vitória sem solidão
Paixão sem tesão
ou não
ou não
Não espere lucidez
Sem contradição
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Sonho exagerado
Sonho exagerado
Um sonho exagerado é tudo que posso oferecer
Não espero nada em troca, mas conto as horas pra te ver
Como uma mãe espera um filho
A primavera espera as flores
E a rosa o beija flor
Essencial como um bom dia
Como foi seu dia?
Um novo amor
Se o seu jeito é diferente eu posso entender
O que você não diz eu finjo não saber
Na verdade, doa o quanto doer
Se o fim é o precipício
Brega desde o início
Ensaio só pra te dizer
Que todos os dias te espero em todo lugar
Fito na chuva o estio
Tal qual vira lata descuidado, vadio
Pra quem sabe você me amar
Na nave que desistiu de me abduzir
Raul Seixas me dava razão
Pra traduzir a palavra “nada”
É preciso entregar o coração
E quando os olhos nus
Difícil mesmo é saber
Onde começo eu
E termina você
Um sonho exagerado é tudo que posso oferecer
Não espero nada em troca, mas conto as horas pra te ver
Como uma mãe espera um filho
A primavera espera as flores
E a rosa o beija flor
Essencial como um bom dia
Como foi seu dia?
Um novo amor
Se o seu jeito é diferente eu posso entender
O que você não diz eu finjo não saber
Na verdade, doa o quanto doer
Se o fim é o precipício
Brega desde o início
Ensaio só pra te dizer
Que todos os dias te espero em todo lugar
Fito na chuva o estio
Tal qual vira lata descuidado, vadio
Pra quem sabe você me amar
Na nave que desistiu de me abduzir
Raul Seixas me dava razão
Pra traduzir a palavra “nada”
É preciso entregar o coração
E quando os olhos nus
Difícil mesmo é saber
Onde começo eu
E termina você
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Barbárie
Barbárie
Direita ou esquerda, a merda tá feita!
Estamos caminhando pra barbárie,
E não é só em Salvador
Em qualquer lugar do mundo
A beleza do absurdo
Cada qual colhendo o que plantou
Gosto amargo tem o dever cumprido
Na colheita de outro quintal qualquer
Já que no próprio pomar
Si mesmo é diferente
Dentro da gente! Dentro da gente!
Bem e mal fazem amor
O devir nômade que nos faz estrangeiros iminentes
Desconhecidos do mover da terra no encontro da saudade
De um caminhar
Que só quer ser livre
O lamento por quem não sofreu por amor
A utopia importante
Filosofia de instantes
Onde se sabe
Tudo passa
O prenúncio da desgraça
Que se eternizou
Direita ou esquerda, a merda tá feita!
Estamos caminhando pra barbárie,
E não é só em Salvador
Em qualquer lugar do mundo
A beleza do absurdo
Cada qual colhendo o que plantou
Gosto amargo tem o dever cumprido
Na colheita de outro quintal qualquer
Já que no próprio pomar
Si mesmo é diferente
Dentro da gente! Dentro da gente!
Bem e mal fazem amor
O devir nômade que nos faz estrangeiros iminentes
Desconhecidos do mover da terra no encontro da saudade
De um caminhar
Que só quer ser livre
O lamento por quem não sofreu por amor
A utopia importante
Filosofia de instantes
Onde se sabe
Tudo passa
O prenúncio da desgraça
Que se eternizou
Supremacia dos olhos
Supremacia dos olhos
Vejo a violenta supremacia dos olhos ditar verdades. Que vejo?
Cores, formas, matizes, contrastes... O crivo último das decisões: o visto – as ciências e a reprodução dos saberes.
Quem dera suplantar a imagem, para abranger conteúdos que nela não vejo, transfigurar a superficialidade: Calores, sabores, cheiros, emoções e relações que se fundam e naufragam pela tempestuosa ruptura com o olhar.
Será o amor mesmo cego?
Ou apenas mais uma verdade ditada por quem vive a cegueira?
A ciência subversiva amplia seus domínios pelo desequilíbrio com a ditadura dos olhos, instituindo passos de malabaristas na corda bamba das vaidades.
A contramão que o olhar não alcança, retrocede a disposição estéril da linguagem desvelada de sentidos.
Os toques, as idiossincrasias e a poesia o sabem. Fluxo que se complementa na perda de sentido.
O cheiro que atravessa a alma dita à tara que nos pulsa onde o ego não cursa e os olhos não veem. Eis o horizonte, que arremessa perdidamente as sutilezas das esquinas, corredores e lembranças, o entrelaço entre o remoto e o desejo, o precipício e a saúde.
Na busca da completude...
Pietro Pascoli e Gabriel Dantas
Vejo a violenta supremacia dos olhos ditar verdades. Que vejo?
Cores, formas, matizes, contrastes... O crivo último das decisões: o visto – as ciências e a reprodução dos saberes.
Quem dera suplantar a imagem, para abranger conteúdos que nela não vejo, transfigurar a superficialidade: Calores, sabores, cheiros, emoções e relações que se fundam e naufragam pela tempestuosa ruptura com o olhar.
Será o amor mesmo cego?
Ou apenas mais uma verdade ditada por quem vive a cegueira?
A ciência subversiva amplia seus domínios pelo desequilíbrio com a ditadura dos olhos, instituindo passos de malabaristas na corda bamba das vaidades.
A contramão que o olhar não alcança, retrocede a disposição estéril da linguagem desvelada de sentidos.
Os toques, as idiossincrasias e a poesia o sabem. Fluxo que se complementa na perda de sentido.
O cheiro que atravessa a alma dita à tara que nos pulsa onde o ego não cursa e os olhos não veem. Eis o horizonte, que arremessa perdidamente as sutilezas das esquinas, corredores e lembranças, o entrelaço entre o remoto e o desejo, o precipício e a saúde.
Na busca da completude...
Pietro Pascoli e Gabriel Dantas
Ninho de paz
Ninho de paz
Banho de mar
Banho de vida
Mar adentro
Das feridas
Deixei na saudade
A ilusão de outrora
Como quem joga fora
O fardo do próprio breu
Algodão doce que viveu
Quando menino se entregou
E de si se libertou
Ao escolher o ninho de paz
Do sorriso dela
Banho de mar
Banho de vida
Mar adentro
Das feridas
Deixei na saudade
A ilusão de outrora
Como quem joga fora
O fardo do próprio breu
Algodão doce que viveu
Quando menino se entregou
E de si se libertou
Ao escolher o ninho de paz
Do sorriso dela
domingo, 11 de novembro de 2012
Calçadas do desejo
Calçadas do desejo
Há quem não saiba andar sozinho
Pelas ruas da cidade
Passo a passo
Passo a pássaro
Buscando identidade
Vejo então
A criação
São crianças brincando
Correndo por aí
Sorte é quando qualquer coisa
É motivo pra sorrir
Procurando por motivo impreciso
Pra perder o juízo
E não faltar amor
Nas calçadas que ardem de desejo
Toda vez que te vejo
Toda vez que te vejo
Essa vontade louca de beijar sua boca
De tirar sua roupa
Te entregar
Revelar
Esse querer infinito
Que trago escondido
Vagando ao luar
Silêncio que grito e que sinto
Protegendo o amor
Que me sobra pra dar
Temendo a força do tempo
Que me falta
Pra durar
Há quem não saiba andar sozinho
Pelas ruas da cidade
Passo a passo
Passo a pássaro
Buscando identidade
Vejo então
A criação
São crianças brincando
Correndo por aí
Sorte é quando qualquer coisa
É motivo pra sorrir
Procurando por motivo impreciso
Pra perder o juízo
E não faltar amor
Nas calçadas que ardem de desejo
Toda vez que te vejo
Toda vez que te vejo
Essa vontade louca de beijar sua boca
De tirar sua roupa
Te entregar
Revelar
Esse querer infinito
Que trago escondido
Vagando ao luar
Silêncio que grito e que sinto
Protegendo o amor
Que me sobra pra dar
Temendo a força do tempo
Que me falta
Pra durar
Incerto
Incerto
A dor
Não tem mistério
Culpa
Não leve a sério
Amor
Próprio, por favor
Desculpa
Só quando errou
Vinte minutos pra chegar ao incerto
Procurando portas pra felicidade por perto
Me vi suspeito
Por tantos feitos
Que queria
Não querer
A dor
Não tem mistério
Culpa
Não leve a sério
Amor
Próprio, por favor
Desculpa
Só quando errou
Vinte minutos pra chegar ao incerto
Procurando portas pra felicidade por perto
Me vi suspeito
Por tantos feitos
Que queria
Não querer
Estranho no ninho
Há dias em que o bom dia chega de uma forma morna,
a velha e contaminada forma de achar saber o que nunca soube,
cultivando a mentira que lhe foi entregue antes de nascer.
Alguns querem o conforto da religião.
Outros, o estúpido poder de ignorar Deus achando que é libertação.
São tantos olhares, de tantos lugares, que quando enxergo,
temo pela minha própria cegueira.
E assim eu decidi desver o mundo, abandonar o passado.
Deixar no caminho, como quem deixa pegadas...
Quem seguir esses passos, só poderá chegar onde outro alguém já esteve.
Desdenho o refrão de quem desacredita a liberdade,
agradeço por ser estranho no ninho.
Deixo corpo e alma nus,
Me visto de grão e vou sozinho.
E você?
a velha e contaminada forma de achar saber o que nunca soube,
cultivando a mentira que lhe foi entregue antes de nascer.
Alguns querem o conforto da religião.
Outros, o estúpido poder de ignorar Deus achando que é libertação.
São tantos olhares, de tantos lugares, que quando enxergo,
temo pela minha própria cegueira.
E assim eu decidi desver o mundo, abandonar o passado.
Deixar no caminho, como quem deixa pegadas...
Quem seguir esses passos, só poderá chegar onde outro alguém já esteve.
Desdenho o refrão de quem desacredita a liberdade,
agradeço por ser estranho no ninho.
Deixo corpo e alma nus,
Me visto de grão e vou sozinho.
E você?
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Buscando paz
Seria mais fácil encontrar a paz
Sem ter ouvido os tambores de guerra
Usufruir da palavra e da liberdade de Gandhi
Não fosse a inveja do lado e as ilusões de grandeza
O berço de ouro que cega, distancia da missão
Nessas horas a loucura é a única saída
E o risco de encarar a verdade pode ser uma passagem só de ida
Sem perceber, viver a contradição sem deixar
De estender à mão e sorrir, pra quem tá louco pra te ver cair
Não sentir a carência que faz sucesso na televisão
Trepar, amar e orar com a própria solidão
O amor pelas coisas inúteis ensina
Um perdedor na estrada brilha mais que a rotina
Mando um salve pra cultura de favela
Pro Fabão, pro Amendoim, pro Avon e pro Mazela
Me acordaram do fardo que era fácil e me ensinaram a diferença
Que o Emicida canta cheio de razão
E salvaram minha vida na quebrada
Tá vivo é uma coisa
Se sentir vivo é outra parada
Sem ter ouvido os tambores de guerra
Usufruir da palavra e da liberdade de Gandhi
Não fosse a inveja do lado e as ilusões de grandeza
O berço de ouro que cega, distancia da missão
Nessas horas a loucura é a única saída
E o risco de encarar a verdade pode ser uma passagem só de ida
Sem perceber, viver a contradição sem deixar
De estender à mão e sorrir, pra quem tá louco pra te ver cair
Não sentir a carência que faz sucesso na televisão
Trepar, amar e orar com a própria solidão
O amor pelas coisas inúteis ensina
Um perdedor na estrada brilha mais que a rotina
Mando um salve pra cultura de favela
Pro Fabão, pro Amendoim, pro Avon e pro Mazela
Me acordaram do fardo que era fácil e me ensinaram a diferença
Que o Emicida canta cheio de razão
E salvaram minha vida na quebrada
Tá vivo é uma coisa
Se sentir vivo é outra parada
Indagação íntima
Dedicada a Rainer Maria Rilke:
Indagou ao mais profundo íntimo
Lá onde primeira e terceira pessoa não fazem diferença
Se morreria se impedido de escrever
A resposta honesta e imprecisa revelava
A ausência de um poeta e um monte de clichê
Por que então essa dor inquietante?
Amor por precipícios e por coisas desimportantes?
A perda de sono voltada em demasia pra fora
Ardendo dentro
Amigo dos caminhos da morte
Sensível demais as margens violentas
A natureza introspectiva criou uma enorme distância
Entre ele e si.
Ele que olha pra fora e o indizível ignora
Fugindo do embate com as próprias questões
Pelo doce castigo de cuidar das estrelas
Si que mergulha adentro com ardor
Namora a dor pra morrer de amor
Brinca de inventar clichê
Por que o Poeta
Lhe foge ao ser
Indagou ao mais profundo íntimo
Lá onde primeira e terceira pessoa não fazem diferença
Se morreria se impedido de escrever
A resposta honesta e imprecisa revelava
A ausência de um poeta e um monte de clichê
Por que então essa dor inquietante?
Amor por precipícios e por coisas desimportantes?
A perda de sono voltada em demasia pra fora
Ardendo dentro
Amigo dos caminhos da morte
Sensível demais as margens violentas
A natureza introspectiva criou uma enorme distância
Entre ele e si.
Ele que olha pra fora e o indizível ignora
Fugindo do embate com as próprias questões
Pelo doce castigo de cuidar das estrelas
Si que mergulha adentro com ardor
Namora a dor pra morrer de amor
Brinca de inventar clichê
Por que o Poeta
Lhe foge ao ser
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Sorte é morrer também
Sorte é morrer também
Sorte é morrer também
A velha desconhecida nos revela quem é quem
Amizade verdadeira
Que a vida enfeite
Arte pra valer o luto quando o corpo se deite
Estar vivo antecede qualquer sentença
A gente se faz fazendo
Depois a gente pensa
O que te conduz?
A órbita como destino
Amar o desatino
Chorar também é luz
Antropologia, Orgia , Magia
De quem vive na Bahia
Onde o louco descansa
Quando a dor se faz dança
Pro poeta cantar
Sorte é morrer também
A velha desconhecida nos revela quem é quem
Amizade verdadeira
Que a vida enfeite
Arte pra valer o luto quando o corpo se deite
Estar vivo antecede qualquer sentença
A gente se faz fazendo
Depois a gente pensa
O que te conduz?
A órbita como destino
Amar o desatino
Chorar também é luz
Antropologia, Orgia , Magia
De quem vive na Bahia
Onde o louco descansa
Quando a dor se faz dança
Pro poeta cantar
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Onda que bate
A cegueira usa o ego pra poder enxergar.
Decifra-me
ou
Viverei tentando
Não fazê-lo.
A inocência da onda que bate incendeia e apura a sede do beijo que revela a loucura...
Dispenso a redenção
Decifra-me
ou
Viverei tentando
Não fazê-lo.
A inocência da onda que bate incendeia e apura a sede do beijo que revela a loucura...
Dispenso a redenção
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