sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Clareza no olhar

Ofertada a Otávio Pascoli

Desejos ardentes para perder-se
Encontros silenciosos pra se encontrar
Universos luminosos por reconhecer
Unir versos pra se entregar

A dose de humildade vem engrandecer
O gesto de bravura que ainda é sonhar
Coragem pra quem é se ser
Uma só vida pra viver e se deixar levar

Ouço essa canção no escuro do meu coração
Faço planos tolos só pra bagunçar
Fecho os olhos, rodo o mundo num segundo
No amor não canso de me procurar

O mundo está em guerra
E aqui na terra, debaixo do céu
Faço da minha prece afirmação do meu valor
Com os pés descalços na areia
Peço a Iaiá que leve a minha vaidade
Pro fundo do mar

Clareza no olhar, clareza no olhar
Sorte é ter
Amor pra dar

Um mundo com várias caras

Um mundo com várias caras
Várias caras
Uma cara com vários semblantes
E dentes, amostra

Este é o nosso mundo
Certamente haverá
Alguém rindo (sorrindo)
(De nós)
(Por nós)

Quantas coisas aconteceram no nosso dia?
Não cabem, numa canção ou fotografia
Quantas coisas aconteceram...
Não cabem numa canção ou fotografia
Tantas coisas aconteceram quando resolvemos
Caminhar pela praia

O papel, no seu bolso, saiu algo, inesperado
O papel azulado, o sabor... mar salgado
Um sabor mar salgado, encantado
Um sabor encantadoo

A psicodelia da música

No dia a dia pessoas indo e vindo
Pelo dia a dia, quem está sorrindo?
Alguns perdem, outros ganham
Mostram os dentes de fome, e de poder
De poder
A luta desenfreada das pessoas pelo poder

Certamente haverá
Alguém rindo, hahaha, estamos rindo
Porque vocês também somos nós
Vocês também somos nós

Um mundo, várias caras, nosso mundo! Nossos dentes, nossos sorrisos...
São nossos! Nada é só seu... nada é só seu.
Caminhando pelas ruas desertas...
Pessoas bêbadas, precisando de ajuda...
Já se esqueceram a diferença entre jaguaribe, jaguaripe, o bem e o mal
Que inferno astral! Que inferno astral!

Então ela me falou...
- Gatinho é só essa ajuda que você vai me dar?
Como quem pede um beijo ardente, qualquer coisa enloquente que a faça
Esquecer da sua vida terrível
Da sua vida terrível

E eu lhe disse moça, a ajuda já está dada
É espiritual
Espiritual!

Certamente ela não entendeu naquele momento
Mais vai haver uma luz dentro dela quando estiver sozinha, dentro do quarto
E pensar... aquele menino me deu...
Um beijo enlouquente, algo mais que ardente pra tornar minha vida melhor
Foi Deus!

Um mundo com várias caras
Todas elas são eus
Todas elas de Deus
Todos eus são deuses
Todos deuses são eus
Todos deuses são eus

E os dentes amostra
E agora de risos


sábado, 20 de dezembro de 2014

Palco da existência

No palco da existência
As pessoas estão tristes
Sem cais, sem ninho, sem missão
Olhos tristes, pupilas sem vida
Pouco espontâneos, sorrisos forçados
Reproduzindo maquiagem e alienação

Alguém ainda acredita no amor?
Medos, julgamentos, desconfiança
Aparências são os passos da dança
E a entrega tão rara quanto a vida real
Amizades, desejos, prazeres, sexo transcendental
Regidos por sonhos expostos em um mundo virtual

Risco o papel e namoro a madrugada
Rio de mim, da procura pelo sentido, da minha fissura
Meu cio sedento, essa profunda tristeza, a velha loucura
Peço a Deus firmeza pra amadurecer a poesia
Não deixar o egoísmo dissimular a escrita
Ser verdadeiro é tudo que me salva

Das mentiras que contei um dia.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Perdido no tempo

Palavra
Leveza de vento
Palavra
Força de tempestade

Sabes tu,
Que a força da leveza,
É a tempestade da primavera.
Que a correnteza do vento,
É a dor de viver,
Sem ela.

O início, o fim, o meio...
E eu,
perdido no tempo

A fome dos que não tem fome,
Dia após dia devora
Os olhos das crianças que choram
Pra fora de si, quem é que olha?
...

Só pra ver o que vai pintar
Vou bordar
As ruas
Cantar uns versos pra suportar
A vida nua
E crua

Noites frias, mentes acesas, barrigas vazias.
Amanhã, por eles os cegos passarão...
Amanhã, os que nada fazem hão de registrar,
Outra reclamação.

E Alguém perdido em algum lugar,
Ainda espera ser feliz...

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O retorno do sol

O retorno do sol
Anunciando os caminhos
Girando de mansinho
Apresentando seus ensinos
São os frutos da luz
Pra quem abriu seus corações

A loucura vem trazendo a disciplina
Rompendo fronteiras, acolhendo religiões
Viva Deus na dor, na alegria, em todas as condições
É só ir se entregando, que a cura vem chegando
Estudo fino, transformação da essência, da raiz
Pra quem se reconhece criança e aprendiz

Epa hey, bela oiá, nos ensinando a dançar
Atotô, babá, lágrimas pra iluminar
Odo yá, Yemanjá, levando a vaidade pro fundo do mar

Fé da manhã (Ofertada a iluminação de todos os seres)

Fé da manhã (Ofertada a iluminação de todos os seres)

Olha lá, meu bem! A luz da liberdade!
É o som do tambor, o registro do amor,
Vem trazendo a claridade...
Dos ventos, da terra, dos mares - pros lares
A poesia do céu, pro seu nascimento, pra eternidade.

Olha lá, nosso bem!
É a Fé da manhã, o carinho na dor, a chance de crescer
A criança aprendendo a ler...
Da paciência, ao cuidado, dos professores
Dos sonhadores, pros corações, de quem ama.

Feliz de quem se doa!
Abre o coração sem medo, e voa, e voa.
Sabe que existe em cada esquina profana,
Uma semente sagrada, uma morada.

Simplificar...
A vida, as palavras, os sonhos.
Deixar que as coisas sejam, aceitá-las tal qual são!
Aquém do tempo, da morte, da sorte...

A vaidade tem um poder sútil,
Engrandece e esvazia, tudo que deixá-la entrar
Como o maior dos oceanos,
Sem nenhum ser ou história pra contar

Por isso, meu amigo passarinho,
De nada vale o meu canto
Sem ver-te encantar,
A minha janela.

E gosto de pensar também...
Que o que torna divino o teu voo,
Pode ser o zelo do nosso ninho.

O valor da estrada

Há que refletir a nudez da alma, todo presente que chegar.
Há que seduzir a poesia das estrelas, a noite inteira pra se dar...

Andar amor até as águas amanhecerem cristalinas.
Que quanto mais se anda mais se vê, o valor da estrada...

O fim da batalha

O fim da batalha
Ofertado a Felipe Militão e Gabriela Aparício de Carvalho

Os medos imaginários...
Mistérios sutis da existência
Correntes violentas da vida,
São também possibilidades de descoberta.

O confronto com a morte, com os Deuses, com o ego,
O entendimento de si, do certo e do errado, do imoral,
Do absurdo que vem a ser dedicar a vida ao mal.

Durante esses combates, o maior dificuldade, é o fim da dualidade.
Mesmo com tanta culpa, com tantos medos, delitos e conflitos,
É preciso compreender que a escuridão se trata de um desequilíbrio...
De luz.

Se quiser vencer o inimigo, é preciso amá-lo.
Elevar sua frequência, transformar a dor em arte.
A atribuição de mal é um conceito humano,
Talvez por isso estúpido.

O que existe, de verdade, é a ignorância.
E o despertar da consciência, afirmo com firmeza:
O único caminho pra verdadeira libertação.

Escuridão do herói

Hoje o amor é moda, presente em cada refrão...
O face brinda a aparência, de quem cumpre as incumbências
De expressar cidadania, exaltar fotografias e esbanjar o natural;
Discursos corrompidos pela paz mundial.

A fome das calçadas impressiona na tv.
Pelas ruas você passa, tanto olha e nada vê...
Mas o Brasil vai melhorar, é tempo de eleição!
Voto consciente, sou o futuro da nação!

Consciências que são salvas pelo valor da esmola.
Ninguém sabe como chama a menina que não foi pra escola
Tal qual vaga-lume iluminando a escuridão do herói.

Porta aberta

Poesia
Luz brilhante no suspiro dos nossos dias
Traz clareza nos momentos de agonia
Confronta os vestígios de hipocrisia
Goza o ventre de quem se entrega a fantasia

Poesia
Desperta a chama viva de quem a desconhece
Movimenta as entranhas de quem não a reconhece
Responde aos sonhos de quem honra a sua prece
A alma de quem ama ilumina e enobrece

Poesia
Esses versos lhes entrego em forma de oração
Purificai meu aparelho, meu espírito, meu coração
Reduz o meu ego a luminosidade de um grão
Abre os caminhos para o divino poder chegar

Poesia
E a porta, sempre aberta...

01/10/2014

Para o nosso crescimento

Para o nosso crescimento
Ofertada a Anselmo Ribeiro de Castro

Para o nosso crescimento
Firmar o pensamento no divino
Sê inteiro a cada momento
Unir o espírito ao coração

Para o nosso crescimento
Com coragem enfrentar nossas mazelas
Os medos, as dores, as vaidades
Buscando sempre a luz da verdade

Escutar o seu irmão, sem nenhuma fortaleza
Ser humilde pro que seja, com fé e amizade
Passo a passo passar a pássaro
Do brilho da eternidade

Canta e sonha passarinho
Dentro do jardim dourado
Movimentos sutis nesse salão
Para conhecer o nosso Pai sagrado

Firmados no cruzeiro e na mãe celestial
É que se pode ver nos olhos de Juramidam
Com grande amor clarear a revelação:
Sua luz para crescer, é o seu irmão

Dimensões de abismos

Sou grato por tudo que deu certo
E por tudo quanto incerto no meu caminhar
Luz errante todo cabimento
São as graças desse meu tormento a relampejar

Casinha branca de ressentimentos
Orgulho solto ao vento e eu vou me curar
Na escuridão envolta por canções de amor
Peço perdão nas águas de mamãe Iemanjá

Fui vampiro, cigano e padre na minha jornada
E todo mais que ainda vou lembrar
Nas várias dimensões de abismos que ainda estou voando
Agradeço a oportunidade de poder cantar

E pouco a pouco vou me iluminando
Sei que a doença é para me ensinar
Vou fazendo amigos e me trabalhando
A cada queda um novo sonhar

Jesus Cristo é meu mestre e vem me guiando
Em uma nave invisível multiestelar
Poesia e música são meus instrumentos
E o Daime a firmeza pra me ancorar

07/11/2014

Ofertada a irmandade do Brilho das Águas
Gratidão.

Magia da oração

Será merecimento encontrar uma bruxa,
Ou a vida por um triz?
Se a vassoura for a sina, então quem voa é feliz?

Nesse caldeirão de medos e dúvidas,
Alguém comercializa a receita da paz...
Existirá mesmo a magia?
Homens sedentos querem mais!

Lembra, Pietro!
Firmeza no pensamento, amor no coração.
Se teu caminho for partida,
Encontros na próxima estação...

E os amigos vão chegando,
Um cabeludo diz que tem a chave da Matrix em suas mãos.
Que Jesus Cristo ilumine a descoberta e a conduta,
Minha magia é oração.

Mudar o que têm para mudar...

Me conta, quero mesmo saber!
O que te faz vibrar de tanto sentir?
O que você tem pra dizer?

Qual foi meu irmão?
Quem feriu sua coragem?
Me mostra sua personalidade!

E aí minha irmã?
Por que escolheu uma jaula?
Na floresta dá pra ver, e ser, a exuberante natureza...

É preciso olhar-se nos espelhos.
Da casa, da alma, do mar.
Enxergar o próprio ser. E libertá-lo!

Da carcaça da vaidade.
Da velhice das mentiras.
Do esconderijo do medo.
Do vitimismo da fraqueza.

Pro segredo profundo da humildade. (Daime!)
Ao encantamento do cristalino.
Pra luminosidade da coragem.
E a descoberta da firmeza.

Mudar o que têm para mudar...

19/10/2014

Reflexiones y recuerdos de una temporada de primavera

Cuando llega la primavera, cada corazón es una linda flor.
Unos brillan en verde amarillo, mientras desfrutan las hojas caer en soledad.
Otros, tiene la intensidad del color rojo, listos para vivir un gran amor.
Hay también hechos de cristales, con sus miedos y dolores...

La verdad es que de la misma manera que el silencio sí vuelve canción,
Y que es preciso marchar-se para tener ganas de volver,
Sí hace necesario desabrochar sus flores interiores para seguir con alegría.
No importa de que especie y color es su corazón,
Desde que cuando llegue tu abeja-flor, buscando miel en cambio de alimento para alma, tu sepas que cada pétalo es fundamental para que algo mágico sí pase.

Ha que dar todo lo que tengas. Sin entrega no hay flores, colores, no hay nada.
Sólo un corazón ansioso por más coraje de su dueño...

02/10/2014
Reflexiones y recuerdos de una temporada de primavera

Saudades de Sevilha e do menino que fui um dia...

Atenção ao que cala

Intuindo cada verso
Presto atenção ao que cala
Nas batidas lentas de um coração
Que busca a inocência perdida
No escuro silêncio
De um tempo que se foi

E volta sempre
Intenso, inconstante, entregue
A correnteza da vida
Na maré da infância guardada
Tal qual tesouro indestrutível
Sea lo que sea

Oxente, firmeza, limpeza
E são sorrisos, abraços, lembranças
Tantas pessoas são em mim
E em tantos devo ser
O amor que pude dar

Berros do vento

Aos berros
o vento
pedia
passagem

Escutar
ou calar
a janela
o peito
?

A vida
quer mais
sempre mais.
as pessoas
também

Coisas do coração
não há razão
sorte é ter
amor pra dar

O tempo traz a firmeza

Ofertado a Vera Christiane Rittel

O tempo traz a firmeza,
Renova a compreensão...
O brilho nos olhos do cego é Jesus,
Luz na escuridão.

Sabedoria na vida quem tem,
É o humilde professor...
Que compartilha o saber sem se colocar,
No plano superior.

Lá vem, lá vem do Astral!
A virgem trazendo o perdão.
As bençãos de Deus vem surgindo...
Nos puros de coração.

Calma que já vai nascer,
Novo dia para mostrar:
O amor, a grandeza que vivem,
Os seres que sabem rezar.

Amanhã II

Em nome da liberdade,
Criamos correntes
Falando de amor

Na busca por identidade,
Ficamos ausentes
Da fonte do ser

Quem é você, minha amiga?
Quem é você?

Passos pela rua, a tristeza nua,
Se apresenta no espelho do mar...
Quando adormeço, relembro que esqueço,
Ao viver outra noite vulgar
Aquela menina, em uma esquina me espera,
Com seu sorriso de primavera.

Viver um novo amor...
Recomeçar.

Amanhã, eu quero ser feliz!
Viver de novo uma bela história.
Amanhã, quem será feliz?
Se dentro do instante...
Só existe o agora.

É a vida mermão!

Cada dia um novo passo...
Cantam os pássaros, os segredos por se dar.
Brilha firme o sol, movimentando os seres a sonhar.
Alguém destroça o despertador, hoje a vida vai mudar!

Não existem mais motivos pra queixar a solidão.
Se foram as razões pra reclamar das eleições, da televisão.
E onde se olha são flores, frutos, alegrias a bailar...
As estrelas lá no céu, esbanjam paz pra transformar.

Eita! Lá vem ela! Toda linda, cheia de fases, nua, a lua!!!!!
A menina sorri, o rapaz entrega o coração, o mendigo oferece uma canção.
Tudo é um, mesmo quadro, que são tantos, de arte infinita;
- É a vida mermão! É a vida!

Chorar é luz

Suspiros de luz, nas águas do mar.
A correnteza, onde nos levaria? O que nos guia?
Bençãos só pra quem for capaz de se entregar...

Na vida, o mesmo acontece: o aprendizado ilumina.
As forças divinas, quem nos guia? Quem se deixa levar?
O caminho exige firmeza, pro espírito vencer a matéria a duvidar...

Mas pode ser tudo também tão simples;
Tratar bem as pessoas, levar o cachorro pra passear.
Regar as plantas, sê inteiro, compreender que a alma foi feita pra dar.

Meu coração anda cheio de saudades!
Pra caber todo mundo quer aprender a voar.
Salve o arcanjo São Miguel! As falanges do céu, as asas do cantar.

Sopro meu canto pro Marajó! Lá me tornei melhor e fui muito feliz.
Festival de Acaris, os amigos que fiz, as lágrimas que deixei.
Chorar é luz...

Respostas intuitivas

Já não quero cantar os labirintos por que passei...
As noites frias, os lampejos insaciáveis, as queixas inaceitáveis,
O vazio que sentia porque não compreendia o dizer dos ventos,
A mansidão da espera florescer aurora em uma nova colheita.

E nem quero falar daquilo que pouco sei.
No fundo a conclusão é óbvia: não sabemos mesmo nada.
Também não quero me ver ansioso, ardente por ideais perfeitos.
Amadureci pra não precisar dissimular na minha escrita
E poder ser verdadeiro.

Estou entregue...
Não prometo nada. Não tenho nenhuma certeza.
Transformei em liberdade o meu orgulho, a minha fortaleza.
Hoje, sou completamente frágil.
Como quem sabe que é apenas um grão no universo.
Infinito e capaz de suportar qualquer coisa.

Descobri que sou Deus. Como tudo que existe.
Mas que para chegar onde desejo, não posso ir sozinho.
Preciso dos meus irmãos. De cada um deles.
Com tudo que eles tem de imperfeito e claridão.
Aprendi que não se pode controlar nada
E que a lei do retorno é bastante generosa.
Já que o universo tem que me responder a questão,
Porque perguntar quem sou?

As respostas são intuitivas.
Simplesmente sabemos, sentimos, no oceano da infância.
O segredo é não travar a batalha inútil contra a matéria.
Dissolver a vaidade com humildade.
Cagar, vomitar, mijar, chorar... Morrer.

Que amanhã é outro dia.
E a alma deseja...

Correntezas da transformação

Vida
Que faz vibrar todo meu ser
Te quero assim calma
Como lição de tempestade

Saúde
Sabor de fome e caridade
Te quero assim luminosa
Feito estrela dourada na escuridão

Felicidade
Tal qual vira-lata revirando o lixo
Escolho sempre as asas do precipício
Encontros de quem se entrega ao navegar
Caminhos abertos
Corpo e alma nus na direção do incerto
Que a liberdade é tão doce quanto dura
E os sonhos não envelhecem

Gratidão
Que a incompletude é claridão
Poesia no silêncio a missão
De transformar a transformação
E agora um ponto de celebração
Pra firmar a união
Entre as águas e a dança
Viva viva viva a infância:

Vou chamar meu orixá
Minha mãe Yemanjá
Para me purificar
Para poder me apresentar ao senhor Deus
Ilumina, ilumina
Ilumina a mim e os meus irmãos
Nossa rainha, o vosso amor
É a chave da união
Viva a linha da Umbanda
Viva as águas do mar
Viva todas correntezas da transformação

Nós e os laços in visíveis

Nós e os laços in visíveis

Se lançar ao mar
Junto as ganas de lar
A imensa vontade de amar

Corpo e alma nus
Entregues aos encontros
Que a estrada apresentar

No cais da compreensão
Pelas águas do oceano
A vida há de passar

Talvez a encontre pra dar
Ou viva só de canção
Um abraço de amor que guardei
Pro meu bem

A tristeza também seduz

A tristeza também seduz...
Há quem queira morar lá.
Então meu canto é de esperança,
Pra cada sonho, uma criança

Acordei cedo, fui correr na praia
Pro meu dia despertar
Conectado com a natureza
E com as idéias que ela dá

Hoje ela veio me contar
Que a alegria de viver
Vem do sol, da lua, das estrelas
E da pureza das águas do mar

E eu quero ver
Quero ver, quero ver!
O sorriso da menina

E eu quero ser
Quero ser, quero ser!
Uma alma cristalina

16/10/2014

Descobrir sabores

Sinto gosto em viver. Em descobrir sabores...
Pra mim, não é importante que perdure - coisa alguma,
Minha busca é pela passagem. Entre o que passou e o que passará.
Nas transições, de quem fui e sou, há quem serei.
Viajante, rebelde, criando a causa... do seu existir.

Nas pequenas coisas com as quais deliro, fogem de mim respostas.
Nem mesmo sei porque pensei, naquele sonho que achei, ter deixado para traz.
O que eu quero da vida? Um maluco me emocionou, quando cantou,
Que não saber, pode ser... Ter sede de(mais)!

Quanto as minhas certezas, quase já não me permito possuir alguma.
Sei que o meu tempo não está a venda, fico firme em meu lugar.
Sei, também, que preciso escutar mais. Servir mais. Dar mais.
Faço dos meus dias poesia e canção, minha humilde oração,
Pro coração despertar.

A.gir.ar

Difícil não sentir
Escurecer o ser,
Quando outro alguém lhe diz
Por onde ir, o que fazer

Carrego como conquistas e vitórias,
Histórias de menor estima social do que esmolas;
São renúncias invisíveis, valores esquecidos,
Sonhos que não foram postos a venda.

Hoje, meus olhos molhados,
Tentam purificar o ressentimento que me atormenta.
E, apesar da tristeza que me consome,
Ainda que seja só mais um ato de rebeldia...
Desejo o devir de partir.

Construirei meu próprio caminho, que se põe a caminhar.
Afirmarei os meus valores, todo tempo a transformar.
Ei de viver de acordo com o que eu acredito, mesmo a duvidar
Porque tantas e tantas vezes morri para o passado...

Ressuscitei e o mundo seguia doente, no mesmo lugar.

A.gir.ar...

29/09/2014

Marginar o prazer

A liberdade é um susto no coração das pessoas.
A expressão do sentir, o querer sem por vir, respeitar o devir...
Hoje, nosso mundo clama por naturalidade!

Há quem prefira ver de novo a felicidade indo embora...
Enquanto tudo que ainda não foi dito, se morre, se chora.
E sozinho vivemos o gozo, o infinito da festa.

Tem também os seres que fogem do amor.
Ou os que condenam a traição, dando a relação divina,
O juízo de valor mesquinho de uma obrigação.

E eu que nada sei, no amor de quem ama profano a razão.
Quero sentir meu viver, marginar o prazer, esperar por você.
Conhecendo-te ou não...

Não depende da errância a poesia

Ofertada a Zeca Machado

O meu coração gosta de caminhar canção...
Segue saudoso cada verso e som que lhe ofereça amor
E também as dores que dancem a valsa da saudade

Hoje ele habita tantos ventos quanto moradas
Sem saber bem qual dos sonhos não sonhados despertar.
Acho graça tentando entender de onde vem tanta infância,
Enquanto um sorriso traquina me jura lealdade na fotografia

Dispenso as respostas e receitas e segredos
Pra contar minhas aventuras já me faltam dedos
Fiz da loucura um abrigo, da dúvida a oração

Mas ao fim do dia, deixo de lado toda rebeldia,
Lembro dos meus pais, Carlos e Maria,
E adormeço gratidão.

Também quero dizer, pra mim e pra você, que é besteira essa percepção.
Não depende da errância a poesia, há também arte, visceralidade e magia,
Na manhã que se veste de mar, areia e grão.

Simplificar

Simplificar
A vida, as palavras, os sonhos.
Deixar que as coisas sejam, aceitá-las tal qual são
Aquém do tempo, dos medos, das dores

A vaidade tem um poder sútil,
Engrandece e esvazia.
Como o maior dos oceanos,
Sem nenhum ser por lá.

Por isso, meu amigo passarinho,
De nada vale o meu canto,
Sem ver-te encantar,
A minha janela.

E gosto de pensar também...
Que o que torna divino o teu vôo,
Pode ser meu ninho.

Cantarolei desde o início

Ela me pediu:
"Amor de graça"
Faceira, nem disfarça
Que tudo que ela quer
É o meu desejo
Pra decidir depois, enfim
O que fazer de mim

Eis que achei a solução
Troquei um encontro, por um sermão
Fui no hospício buscar meu riso
Cantarolei desde o início
A nostálgica canção

Que os sonhos não envelhecem
Quando noite, a porta aberta
A sagrada vontade, segue desperta
Encontrar um amor para cuidar

Soldado da rainha

Respirar o milagre de ser novo a cada dia
Enxergar na essência do mistério a simplicidade da magia
Sentir Deus presente reluzir o universo
Ser grato por ter amor pra dar a cada verso
E por amanhã poder pensar planos diferentes
Senhor de si o homem que não mente

Compreender que transcende as religiões o respeito ao divino
Ter humildade pra aprender tudo de novo a cada hino
E então merecer o instante atemporal no reino celestial
Junto aos meus irmãos e os mestres do astral
São João o padroeiro universal
Jesus Cristo nosso rei imperial

Recebi a instrução de limpar meu coração
Ser verdadeiro e leal a cada irmão na união
Escutar e não julgar pra poder navegar
Nas águas claras do reino do perdão
Remar sem nunca esquecer de dar louvor
Chegar a Deus e conhecer o verdadeiro amor

Sigo cantando, examinando a consciência, fazendo a minha prece
Apreciando todos os seres, conectando com a pureza divinal
Recebo as críticas, os julgamentos e o maldizer dos que não entendem
Meu escudo é a bondade no meu peito e em troca eu dou amor
Sou soldado da rainha, oh Virgem da Conceição, filho de Yemanjá
Discípulo de Jesus, do imperador Juramidam e do padrinho Sebastião
Hei de ter firmeza e consagrar o meu perdão

No brilho das águas vestirei a minha farda, receberei a minha estrela
E um juramento do fundo do meu ser irei fazer
Caminhar sempre com amor
E eternizar o agradecer

Apoentes

Apoentes,
Margens de águas cristalinas
Onde jorram suaves, rios e mares,
Brindando os encantos das bruxas, duendes, fadas, poetas,
E todos os seres que dedicam sua própria existência
A enxergar além do intangível.

Apoentes...
Portais de transformação.
Um cego na fronteira, anunciando o dervixe, vixe!
Inocentes alimentando a ambição dos humanos tubarões.
A chegada do sacramento, iluminando as prisões.
Não é ver pra crer, cambista. Crer pra merecer, a vista.

Apoentes
Um encontro no cinema, relatos selvagens, reações e cicatrizes.
A beleza da essência, o devir de ser discípulo da espécie.
Estar aí pro que der e vier, se não há nave eu vou a pé.
Passo a passo vamos a pássaro, buscando ninho, sentido,
Expandindo as portas da percepção.

Pra vencer o medo da entrega, dar de todo coração.

Discordar é fundamental

Caminhos que se cruzam... iguais, da mesma espécie, sem nenhuma direção...
Estranhos passam por outros estranhos, sem cumprimento ou aperto de mão.
- A gente se conhece?

Havia um esquecido pelas ruas, fazendo a sua prece, pedindo o que merece;
Também a mocidade, o pôr do sol, a vida dançando nua, os vagabundos...
Respirei bem fundo, procurei nenhum sentido, me entreguei a emoção.

É que nem sempre o segredo é a procura. Tantas vezes é só a gratidão.
Pela graça de sorrir, por chorar e reluzir, em si mesmo a criação.
Recordei do meu amigo Rodrigo Ribeiro, que me deu em toques o caminho,
Pra rir junto e sozinho, de toda e qualquer situação.

E na aurora do meu dia, fiz do mar a poesia, pra transformar a euforia...
Em serenidade. Calma além do tempo, da idade, da cidade.
Examinei a consciência, recomecei inteiro. Com o orgulho de dizer:

Sou verdadeiro (sol). Sou verdadeiro (lua). Sou verdadeiro (estrelas).
E meu amigo Vinícius, se quem é mesmo é não sou, me desculpe:
Discordar dos mestres, é fundamental...

Unidade

O amor pleno é repleto de unidade. A consciência de que você e todos os outros seres são uma coisa só, essa simples compreensão, torna qualquer pessoa interessante e desperta em nós a capacidade de respeitar as diferenças, aprender com elas e transmutar a intolerância em aceitação e amizade. Sou grato a todos os seres que passaram por meu caminho, que me ajudaram a conhecer-me e a integrar-me cada vez mais comigo mesmo e com Deus. A gratidão foi a chave que encontrei para deixar para trás toda agonia e renascer uma criança mais sábia e amorosa. E sim, somos iguais. Porque somos todos uma coisa só.

Gratidão.

Dentro de nós

Dentro de nós, mensagens multicoloridas, revelam dois polos de uma mesma medida. Esquerda e direita, sombra e luz, são unidades que anseiam por reconciliação - duas mãos coladas, em forma de oração.

Um mesmo desejo, amedronta e graceja. E todo prazer, que vem do poder do vampírico brasão, testam a firmeza que se tem no divino e no coração. Busquei por fragmentos de luz, pedi amor a Jesus, e me veio um clarão.

Estamos todos na peleja, conscientes ou não. Nas forças de Deus, não se pode mentir. Cada qual se revela e os olhos são janelas, da verdadeira intenção. Perguntei ao meu filho, que vive lá no astral, sobre sua chegada - ele me contou em canção, sua bela jornada:

"Pai, em mais dois anos ei de chegar!
Concebido no mar, com amor e entrega.
Lágrimas de mansidão virão me anunciar...
Haverão estrelas no céu, amizade e verdade,
Sob a luz da eternidade, a história do teu filho vai se consagrar.
Mas enquanto me espera, me orgulhe na terra e purifique a jornada.
Quem anda com Deus não teme a nada.
O segredo é amar."

E com essa visão, que o meu filho me deu,
Descobri que nada com amor é custoso.
No meu lugar eu me firmo e começo de novo:
Mãos coladas, oração de São Francisco, Salve mamãe Yemanjá!

São os encantos das águas, o amor tudo cura.
Odoyá!

Luz pra você e pra mim

E então ela se foi...
Partiu, rumo a um interior qualquer.
De interiores eu entendo bem.
Faz alguns abcedários que me perco neles.
Alimentos, vitaminas, sinas, quem ou o quê?
Trabalhos, estudos, oficina, quem é você?

Tenho em grande estima um amigo Rastafári,
Outro dia pensei que ele é capaz de chegar onde quiser.
Imagina só! Ele me contou que as pessoas falavam pra ele cortar o cabelo!
Diziam que ele nunca conseguiria um emprego se não o fizesse.
Hoje, com suas antenas da paz, ele trabalha em uma ONG, por um mundo melhor.

Outro dia briguei feio com uma pessoa que parecia ser legal.
Ela não foi bacana, eu reagi mal e a gente se machucou bastante.
Outra vez fracassei no meu objetivo de viver só de paz.
Acho que foi por isso que fiquei doente, faz alguns dias que fiquei de cama.

Tem umas pessoas de bem em um sítio com nome de Santo.
Lá, trabalharam duro e construíram uma fornalha, um telhado e,
Vocês não vão acreditar! Uma máquina mágica! Verdade!
Ela ajuda a produzir uma bebida que tem poder inacreditável!
Revela cada um de nós e, mais que isso, nos ensina a ser melhor.

Faz uns anos imaginários tive um paciente na internação do Juliano Moreira.
Ele parecia não dizer coisa com coisa, cada hora era um outro assunto,
Ficava confusa minha cuca. Mas dentro dos seus olhos tinha um brilho...
E as coisas que dizia, mesmo quando eu não as conseguia conectar,
Pareciam um rio de sentimentos, reluzindo a cachoeira e cada canto da cascata.

Gratidão professor Gabriel!
Não é preciso fazer sentido,
Apenas sentir.
Luz pra você e pra mim.

Se queres tu

Se queres tu, como quem sonha e anseia o primeiro amor
Que docemente a mariposa venha a tua janela contar-lhe segredos,
Esteja pronta para respeitar sua liberdade e escutar,
Não apenas o que gostaria de ouvir, mas também o que o vento quiser falar.

Da mesma forma, se desejas poesia, como quem carece de emoção
Prepara-te não apenas para arder a calma como quem cruza os mares,
Mas também percebe-te na sútil diferença entre razão e coração,
Pois é dando que se recebe e ardendo que se incendeia...

Mix II

Rio amazonas afora
Imensidão a dentro
Desperto sonhos não sonhados
Decido largar o emprego

Velejei a dor
Cantando ao mar
Canções de paz

O que aprendi?
A alegria de ser
Apenas um grão no universo...
A luz de um verso
Repleto de amores e saudades

Nenhuma lida é vã

Amigos brindam a eternidade,
De cada ciclo que teve seu fim.
Somos todos passagem
De uma mesma viagem, sem destino final.
Viver é um grande delírio e a dor pulsa a tara,
No vai e vem da maré, de cada coração...

Nenhuma lida é vã.
É preciso aprender a amar a sua.
Fazer amor com ela!
Com beijo na testa, vertigem e café da manhã.
O amanhã não pertence a ninguém.

Do lado de cá
Só a poesia nos salva
Do sentir da saudade ao incerto querer
Minha alma tranquila, minha carne nervosa
E a solidão, batendo na porta...

Lar, doce lar

Lar, doce lar.
O meu, é o mundo.
Onde eu possa semear poesia, construir sonhos.
Qualquer canto que ensine minha alma a ser mais nua,
Que ajude a minha mente a ser mais mansa.

Família, preciosa família.
A minha, cresceu.
Espalhou-se por cidades, estradas, universos,
Esquinas de versos, transgressores de qualquer convenção.

Casa, eis que retorno pra casa.
Aquela semente, com cheiro de aurora,
Que clareia a consciência e aflora,
A certeza de estar, dentro de si mesmo, ou fora,
Seja onde for, com quem for, como flor...
Sempre nela.

Casa, família, meu lar.
Aqui, outra vez estou.
Onde meu coração sempre esteve.

02/06/2014

Versos para cantar

Em uma rede de sonhos colorida, foi levando a vida,
Rumo a um novo lugar.
Nem sequer se perguntou, quando o seu lar deixou,
Onde queria ou iria chegar.

Depois veio o tempo passando, a fome observando,
Anunciando pelo que lutar.
Na bagagem: saudade, mudanças, amizades,
O bem que plantou - versos pra cantar.

Descobriu, ao atravessar os medos e adentrar temporais,
Que a maior das riquezas é a paz.
Em seu voo sublime, tornou-se parte das cores do céu,
E das velhas formas do viver.
De tanto contemplar a labuta dos homens, pôde enfim entender:
Que a escuridão, num sonho era livre, ao ser

Você por um instante...
Pássaro da manhã.

Prece do Astral

Ao astral
Minha prece:
Saber valorizar
Cada amanhecer

Abrir os olhos
Enxergar inspiração
Roubar um beijo com paixão
Da tarefa por fazer

Que a sina me ensine
Ao voltar e ao partir
A glória de chorar
E o merecimento de sorrir

Mix

Uma vida por recomeçar
Uma estrada pra se escolher
Um velho amigo pra cantar
Um grande amor para viver

Ver além do que existe
Ver além do que há
Não deixar que catequizem o verso
A marca do seu caminhar

É preciso coragem!
Mais que sintonia e sorte,
Buscar a aurora de uma afinidade visceral...

Como a sede saciada em um só gole,
Feito o gozo derramado sobre a carne;
Lampejante, fugaz e também virtuoso em sua incompletude.

Para os prazeres e sonhos do meu coração,
Por suas belezas ou estranhezas,
Ofereço meu carinho e zelo,
Rogando a Deus que possa apreciá-los por inteiro,
Sem que seja necessário cegar-me ao néctar e ao brilho,
De todos os outros seres.

A flor de maracujá

A flor de maracujá

De frente pro mar, havia uma sede profunda
No disfarce da calma, a espera do incerto,
Revelações da noite no meu coração

Você desceu do ônibus...
E alegrou meu dia!
No instante do sorriso, lembro
Do vento soprar
Uma imensa vontade de viver

Adultos crianças, falam mesmo besteiras
Talvez seja melhor brincarmos de balanço
Inventar uma maneira de pegar na sua mão

Foi quando eu senti balançar meu universo
Sol, lua, estrelas, no teu corpo, nos teus versos
Contou que já há tempos não saía com ninguém
Tudo bem!
Eu só quero um abraço, um carinho, mansinho
Fazer amor com a sua solidão!

Aos corações feridos, novos vendavais
As flores amarelas, sonhar um pouco mais
Que o maracujá semeia n´alma
Luzes do amanhã

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Poesia da fé

Olha lá, meu bem!
É o som do tambor, o registro do amor,
Vem trazendo a claridade...
Da terra, dos mares, pros lares,
Dos ventos, do seu nascimento, pra eternidade.

Olha lá, meu bem!
É a poesia da fé, o carinho na dor,
A criança aprendendo a ler...
Da paciência, do cuidado, pros professores,
Dos sonhadores, pros corações, de quem ama.

Feliz de quem se doa!
Abre o coração sem medo, e voa, e voa.
Sabe que existe em cada esquina profana,
Uma semente sagrada.

Olha lá, companheiro!
Lá vem o louco...
Tá pirado! Tá doidão!

Ele é livre,
Quem julga não...

Domínio da vaidade

Já estive completamente dominado pela vaidade.
Completamente? ... Claro que não!
Graças a Deus e a santa luz do nosso senhor.
Jesus Cristo, meu mestre e guia - o amor da sempre Virgem Maria,
Da ilusão me despertou.
Minha família, berço de ouro em valores.
A minha vó Diva todos os louvores, pelo exemplo que deixou:
Firmada no perdão, no amor e na união.
Eternizou recordações, em terços, alegrias e orações.
Minha mãe Maria, me deu a vida, a poesia, a caridade, bondade e honestidade.
Meu pai Carlos me ensinou que a família deve estar sempre em primeiro lugar.
A lealdade, a amorosidade, a canção pra conhecer a elevação.
Minha verdade. Patriarca São José, Saint German, mestre da chama violeta.
Curando as minhas mazelas, me mostrando as causas delas, para poder me corrigir. Chegou! A vontade de sorrir. Bastou o coração abrir.
Na floresta a rainha, oh Virgem da Conceição, me ensinando a cantar, bailar e respeitar os meus irmãos. Nas águas a minha mãe Yemanjá, purificando meu coração, me ensinando a navegar, nas profundezas do meu mar.
Nas trilhas da cachoeira saúdo as águas de Oxum, que lavam o meu corpo da vaidade que não leva a lugar algum. Sem nunca esquecer-me da falange do céu. Viva o arcanjo guerreiro! O glorioso São Miguel.
Sou grato pela honra de trabalhar com meu pai Obaluaê, na internação do Juliano Moreira seu poder de cura fiz valer. Nos meus instantes de descontrolável euforia, glórias as flores do meu pai Oxalá, me ensinando a serenidade a cada inspirar e expirar.
Passo a passo, passo a pássaro, semeando a caminhada... Atento as lições que deixou o imperador Juramidam, homem bom chamado Raimundo Irineu, sempre me fortaleceu. Fui chegando ao vale encantado, saudando as estrelas guias e a pureza, do Padrinho Sebastião. Fiz dos hinos da baixinha, força pra cada desilusão.
Aprendi a trabalhar e cada vez mais posso afirmar com sinceridade e clareza, que sou filho da Umbanda, discípulo de Jesus, do irmão São Francisco de Assis e das bênçãos que a vida me deu. Vou cumprindo a minha missão, educando com amor e atenção, os outros filhos de Deus.
Avistei Ogum cavalgando nas ondas, anunciando a eternidade, iluminando sofredores com a sagrada medicina, da floresta e do astral. Oxóssi caçador, dissipando todo mal, com as flechas do astral.
Hoje honro a disciplina que aprendi na minha igreja, minha escola espiritual. Seu nome? Brilho das Águas, onde sinto a saúde cristalina. E me recordo bem, onde tudo começou. Santa Bárbara e mamãe dos ventos, Epahey a chave do conhecimento, com seu raio me levou; Através da fonte violeta, ao som dos anjos e das trombetas e do meu padrinho Luciano, pra linha do Santo Daime, na terra e no espiritual. Agradeço a Santa Doutrina e a todo ser divino, por cada aprendizado e cada hino.
Peço força e dou força, a cada um dos meus irmãos.
E chorando eu termino, consagrando o meu perdão.

Recuerdos

Recuerdos,
Son estrellas.
Brillan en el cielo de mi vasto corazón…

Sí fue la razón,
Pero no puedo olvidar.
Me queda la locura
Que habitan las esquinas
De tu sonrisa
En mis ojos

Duele la estúpida verdad
Por casualidad un cliché:
Sólo valoramos el infinito,
Cuando ya no podemos tocar

Calles desertas…
Puedo suportar la soledad con alegría.
Pero no la idea de que no te veré otra vez.
Llueve en toda parte -
Cielo, ojos, corazón…
Es bueno estar vivo.

Pietro Pascoli
23/02/2014
Domingo pelas ruas de Gurupá…

Amigos leais

Ofertado a Vini Drumond

Ter firmeza e viver os ensinos
Passo a passo, uma só corrente
Com alegria plantando os sinais
O amor dos nossos ancestrais

A beleza é ver lá na frente
Os frutos do nosso presente
Do infinito São Miguel trará
Luz pra outras vidas clarear

Não mentir, é primor divino
Fazer bem, a nossa espada
No escuro onde reina agonia e dor
Firmamos o nosso amor

Caiu, levantou, segue em frente
Olha bem quem está ao teu lado
Jesus, Janaina, o arcanjo, a paz
Na lembrança de amigos leais

07/04/2014
Gurupá, 07:20 da manhã

Quem faz o meu destino sou eu

A televisão não roubou a minha solidão.
Mas agora somos dois; contemplando o silêncio do quarto,
Enfrentando o papel em branco.
Safada! Percebe a tempestade d´alma e me fita com carinho...
- “É só apertar um botão”!!!!
Vadia! Quer me mostrar sem nenhum escrúpulo sua coleção de tragédias.
E depois me oferecer, pra distrair minha ressaca, um dos seus programas emburrecedores...
Ainda prefiro as minhas dores.

Comprei maçãs vermelhas.
Meu sangue pulsa sonhos.
Quem faz o meu destino sou eu.

Nossa gente

Viver...
A alegria do presente
Aprender...
A ser melhor com essa gente
Diferente...
Outra mente

Quem será,
Que foi morar do outro lado?
Tão distante,
Do futuro ou do passado
Onde já não há canções as quais detesta
Ser capaz de sonhar samba na seresta

E cantar! Também,
A saudade que se sente de quem ama!
Colorindo medos bobos sobre a cama
Pra voar!
O pensamento, a emoção...
Perdoar,
A si mesmo e o seu irmão

Tudo bem! Reconheço!
E confesso! Que por vezes esqueço
Peço ajuda pra curar, minha falta de razão,
Algumas bebedeiras, a soberba a pretensão,
E também a dor que sinto da minha própria traição
Tudo bem! Eu amei!
E chorei, lutei, cai e levantei...
Pra quem quiser eu dou a mão.
Pra quem fez mal minha benção
Pros meus amores coração

E cantar! a saudade que se sente
E cantar! alegrias da gente
E cantar! para ser diferente
Outra gente
Nossa gente

03/2014, Gurupá

Amorosidade

Amorosidade

Os sorrisos que me foram dados de graça
Deixei ir, deixei ir
O silêncio que o vento soprava na praça
Me fez rir, de mim

E os delírios dançavam na praia
Sintonizando a corrente do bem
Na alegria árdua de bastar-se
Presente o vosso santo amor

Oh Pai! Tão generosa 'és' a mangueira
Que os homens passam e não veem
Oh mãe! O velho senhor a carregar sua bandeira, da paz
E tão só parece ser...

Ainda que pouco ou nada compreenda
Da terra e do astral
Entrego aos puros e aos profanos
O melhor que posso do meu ser

Desejo a profundeza dos cortes
Das flores que nascem nos espinhos
Os fétidos odores dos desajustados em seus ninhos
Que de tão autênticos fizeram florescer
A humanidade em geodos naturais

12/09/2014

Estrelinha

Desejei as lágrimas
E pouco chorei.
Ao cantar do vento e assobiar das pedras,
Vislumbrei sua partida...

Tens Estrela em teu nome
Como em tudo que há.
E em honra a tua passagem,
Deus mandou um cântico de último suspiro;
Pra te fazer companhia - um passarinho.

Viva e ardente estarás guardada em mim,
Enquanto eu viver.
Nas águas profundas do quintal,
Invoco-te em poesia a latir amor,
No próximo natal...

Deus te abençoe,
Estrelinha.

Nosso tempo versão original

Pra espantar toda aquela velha hipocrisia.
O que se diz pouco importa
Pouco importa
Não faz a canção

O que se sente
O que se mostra
No dia a dia
Pra espantar tanta hipocrisia
Aí sim vou lembrar da dona Maria

Na sua cozinha, fazendo o rango
Pros meninos poderem correr
Um dia de sol, e celebrar
Um simples motivo, um velho desenho,
Sem nenhum desdém,
Tudo era importante.

Um simples abraço, vale tanto mais, que qualquer diamante,
Que qualquer diamante...

É nossa vez, é nosso tempo,
Não tem Belchior, não tem caetano,
Não tem pra ninguém.
É nosso tempo!
É nossa vez...

Tanto pra falar
Tanto pra contar
Nossas dores de amor
Ôuôô... de amor!
AhAhhhh

Vai Samuel!
Vai Samuel!
Agora a peteca, tá com você!

... Boa noite cidade!
Coff! Coff!
Acho que engoli um carapanã.
Vim da Bahia! Para engolir, um carapanã.
(Aqui em Gurupá!)

Azar o teu que não foi mordido pela própria maçã,
Que expulsou adão, do paraíso.
Sem nenhum prejuízo, numa tempestade...
Me falou que o azul era vermelho também.
Devia tá doidão, do coração...

- E aí Lora, beleza?
- Peraê menina, assim dói!
- Dói ou sente cócegas?
- Eu peguei assim ó, como é que dói?

- É dor de cócegas.

Ribeirinhos

É o tempo de sentir
O grito que calava
No escuro a sua voz
Outra vez a sós

A janela aberta, a dor
Amargava o pensamento
Desfocando a razão
Os limites, o tormento

Se só aquilo que somos realmente
Tem o poder de nos curar
No instante só que estamos
Do silêncio há de surgir
Um novo olhar

Reviver, silenciar,
A mente esvaziar
Como se fora abduzido
Construir um novo olhar
O que pode ser mais importante,
Que a nossa família, que o nosso instante?

Alguém pra dar o meu carinho
O meu amor, minha vontade de amar
Falar de amor aqui, em Gurupá
As vezes somos conduzidos por certezas,
E tomamos um caminhos
Com dinheiro na conta
De repente a gente se vê,
Perdido sem nenhuma direção
Passa a procurar alguém pra amar, pra entregar o coração

O que afinal é imoral,
Desafinar a convenção,
Reprimir nosso animal?

Só pra ver o que vai pintar
Vou bordar as ruas
Cantar uns versos pra suportar
A vida nua e crua

Amanhã,
Talvez eu faça um filho,
Perca o emprego, plante sementes,
Acabe em uma internação
Achar um sentido, escapar dessa prisão
Nenhuma aceleração é maior que a nossa pressa de ter calma

Menino você não pode ir com seu pai pro açaizal
Você é só um ribeirinho
O seu pai trabalha 14 horas por dia e ninguém lembra nem dele, nem de você.

Vai no banheiro a céu aberto
Poluíram sua natação
Mas você tem sensibilidade e sabedoria que os homens do senado não tem
Da prefeitura não tem
Os vereadores não tem

Viagem interminável

Acontece, na mente, uma viagem interminável.
Desejos labirintos, ilusões com guardiães;
Um verdadeiro império impenetrável, repleto de luminosidades sombrias habitando suas profundezas rasas.
O desconhecido está no controle. E diverte-se, gerindo o suposto saber de um ser acerca de um tema leviano: sua própria existência.

Tudo bem.
Ainda resta o amanhecer, o som do mar, o beijo do vento e da saudade do que passou e do que está por vir...
Vê? Tal qual serpente a mente, mente. Engana. Profana.
Só o amor ensina a sina assina.
Quanto a mim, não sirvo pra ser anjo. Sinto culpa por ter asas.

Também por isso,
Oro:
Divino Pai do céu, da terra e de tudo que há,
Daime clareza e firmeza pra amar,
Humildade e propósito para viver,
Gosto de infância para trabalhar.
Gratidão, por poder sonhar.

Beijar a calma

Ontem de manhã o sopro do agora
Revelava marcas de amor
Na curva do instante o não sonhado adiante
São delírios, beijos e calor.

Que força é essa, que nunca acaba?
Reflete a visão dos cegos no espelho d´água
Me pediu a dor, aurora para sorrir
O cansaço, um dizer manso,
O amor nunca tem fim.

Sons do mar
São fogo n´alma
Arder, a paz
Beijar a calma

Beijar o mar

Adormecer menino

Adormecer menino


Esbravejei doçuras ao passo do tempo...
Presságios que me sabem, na claridade da manhã.
Ainda noite, na roda da vida, fez-se ciranda
De versos, no escuro do quarto.

Li a partida de mãos dadas com o incerto,
Será minha lida essa doce angústia que me preenche o peito?
Cantei poemas do menino da esmeralda com orgulho!
Termino o verso e choro. Percebo que não entendi quase nada.
É bom estar vivo.

Sentirei saudades.
Talvez tenha ficado por lá,
Um sonho por sonhar, uma criança pra adotar,
Uma mulher para amar.
Observam-me calados amuletos leais,
Me recordo da oração de São Francisco de Assis.
Tudo parece em seu lugar:
O viajante, a jornada, a curva da estrada.

Lembro saudoso das estrelas.
As crianças brilham canção.
O sono vem chegando...
Quero adormecer menino.

02/2014
Uma noite em Gurupá...

Nosso tempo

Nosso tempo

O primeiro verso.
Um voo sutil ao esquecimento glorioso,
Ou o prêmio incapaz de preencher o impreenchível?

A corrente do verso.
Possuir o amor tal qual propriedade,
Ou deixar que o medo impere a vontade?

O elo entre a leveza do vento e a força da tempestade.
O brilho dos relâmpagos e o estremecer das majestades.
Eis que o barco metamorfoseia a direção...
Fechei os olhos e respirei fundo.
Só o Astral sabe das forças que me trouxeram até aqui,
Pra espantar toda aquela velha hipocrisia...

O que se diz pouco importa,
Pouco importa!
Não faz a canção.
O que se sente,
O que se mostra,
No dia a dia!
Para espantar tanta hipocrisia...

Aí sim vou lembrar, da dona Maria.
Na sua cozinha, fazendo o rango!
Pros meninos poderem correr...
Um dia de sol, e celebrar!
Um simples motivo, um velho desenho,
Sem nenhum desdém, tudo era importante.
Um simples abraço,
Vale tanto mais, que qualquer diamante,
Que qualquer diamante...

É nossa vez, é nosso tempo!
Não tem Belchior, não tem Caetano...
Não tem pra ninguém.
É nosso tempo!
É nossa vez.

Elevação

Elevação

Das dores do meu coração...
Tem sempre uma frase, que parece certa.
Mas na verdade, é pura ilusão.
A minha tristeza que me acompanha por toda vida.
Não importa onde eu vá, a mesma ferida.
A mesma ferida. A mesma ferida.

Às vezes a gente acha que o nosso caminho é viajar.
Mudar de cidade, de estado,
Vim parar em Gurupá.
Que o melhor pra gente é fazer um filho...
Assumir, a responsabilidade...
Do nosso sonho, da nossa vaidade.

São tantos sonhos, tantas dores.
Tantos sonhos, tantos amores.
O nosso coração nem sabe mesmo,
Onde quer chegar...
São tantos sonhos, são tantas dores, tantos amores...
E flores! E flores!

Velejei a dor
Cantando ao mar
Canções de paz
De paz

De repente perguntei para mim mesmo:
Quem eu sou? Quem eu quero ser?
Quando nascer um filho,
O que quero dizer?
Pra esse ser,
Que vem resplandecer!
Toda luz,
Sendo apenas um grão no universo...
A luz de um verso
A luz de um verso


Meu filho que ainda nem chegou...
Por favor,
Encontre em mim amor!
Que o seu pai com todos os seus defeitos,
A sua loucura,
Com todos os julgamentos que ele mesmo tem,
Que o mundo tem!

Quando lhe falarem,
Que ele tá doidão
Não faz idéia da situação...

Você meu filho perceba que está tudo completamente
Completamente doente
Faltando amor.

Tanto fuxico, as pessoas...
Sedentas por poder,
Cegas por poder.

Meu filho se lembre que sempre haverá um colo,
Alguém com seu conflito querendo chorar.
Te dar carinho, um abraço apertado, um aperto de mão.
O dedo mindinho,
Um chorinho de violão
De violão...

E quando faltarem as palavras,
O que dizer?
Quando faltar dentro de você a lucidez, a vontade de viver.
Penso que talvez meu filho seja muito importante recordar com o coração:
Da tua mãe, do som do tambor, do registro do amor.
Da tua mãe, do som do tambor, do registro do amor.

Alguém abraçado a você no colo orando um pai nosso...
Esperando que você crescesse, com um pouco de saúde.
Com essa mensagem tortuosa,
Para que no amor se possa crer,
Onde juntos vamos chegar?

Meu filho
Eu só queria dizer
Qualquer coisa importante pra você.
Pra você.

Outra dimensão

Veio à chuva lavar (molhar), coração
Que tanto pediu, que tanto sonhou...
O silenciar da mente, o esquecer (florescer) da gente,
Dois em um ser luz na escuridão
E ao olhar pra você, despertei!
Pras cores de mim que ainda nem sei
O instante do vento, um carinho (beijo) de paz,
Versos de duas vidas a gente que faz...
Senti arder o devir da entrega,
Aquela vontade louca de se dar...
Justo eu! Que tanto busquei, amores criei, inventei
Me vi diante de um medo doce, assustador!
A chance de viver um grande amor...

O coração que tocar

Se amar é
Questão de ser
Meu desejo é estar
Ao lado de quem me faça sonhar
Com um mundo mais justo
Uma vida mais leve
A varanda estrelada
E a nudez revelada
Na brisa do tempo esquecido
Graças à preciosidade do instante
Se amar for
Questão de dar
Quero mais é perder
As ganas de ganhar
Incerta é a fome
Com sabor de clichê
Mais nos vale saber
Do que se pode mudar
Confiar sem temer
Se entregar sem cobrar
Melhorar, merecer
O coração que tocar

09/10/2014

Subindo...

Subindo...


Parece distante de nós...
Loucos quebrando lajotas,
Artistas fluindo nas dores dos espaços vazios.

Tão semelhantes...
O filho de Deus e sua simplicidade,
Os temores da eternidade,
Mendigos filósofos com histórias tristes...

E os sonhos perdidos que flutuam,
Rompendo qualquer conformismo.
Abismos onde a gente se encontra...

Subi a morada da tristeza e ela ficou alegre.
Subi a morada da moral e ela ficou profana.
Subi a morada da fortuna e só haviam flores.

Danadas essas escadas.

Em busca do amor

Em busca do amor


Na solidão
Procuro por mim
Uma razão para viver, enfim.
E lá no começo, do avesso do espaço,
É onde me acho
No outro, no fim,
Da idéia de mim.

De frente pros nós,
De nos, dos avós,
Algo me faz, presente demais,
Na espera sagaz,
Do que?
Quem dirá?

Muda então, a melodia, o tom,
A noite, a manhã, a vontade vã
De se entregar, de desistir.

A vida será boa! Cantou Djavan.
Em busca do amor,
Perdido estou.
Que bom! Que bom!

Não ter vergonha de sentir vergonha

Não ter vergonha de sentir vergonha


Vai, menino! Pergunta.
Melhor, diz o que sente.
Como são seus dias?
Me ensina um pouco mais.

Ei! Deixa eu ser teu amigo.
Quero brincar também!
Quantas estrelas será que tem no céu?
Cuida bem pra luz não se apagar.

A busca pela simplicidade tem labirintos cotidianos...
Por vezes entranhas escuras e feridas profundas.
Perder-se...
É arte.

Boa, professor! Aprende com as crianças!
Adultos sabem das coisas da vida.
Mas são elas que sabem dar vida as coisas.



Rio Baca, Gurupá.
Gratidão, comunidade ribeirinha.

A curva do instante

A curva do instante


Na curva do instante,
O pensamento distante
Me diz, manso
Que o amor nunca tem fim

Já faz tanto tempo...
Algo meu ficou guardado?
Estará você feliz?
...
Faria tudo outra vez.

Que força é essa, que nunca acaba?
Reflete a visão dos cegos no espelho d´água.
Faz a dor aprender a sorrir.
Da saudade que se sente força para seguir.

Lembro...
De acordar ao teu lado e querer beijar o dia
Encontrar nas pequenas coisas alegria,
Sonhar novas canções de amor.

Aquele dia na praia...
Mãos coladas, lado a lado, nós dois...
E Deus.

Pra se dar

Por mais fugaz que seja
A mais fugaz de suas tristezas,
Ela há de vir ensinar...
Com cheiro de vendaval,
Protagonista central
Das cores tortas enfeitando o papel

Da onde será que veio você,
Pra onde irá?
Coração aberto, despreparado
Hei de colorir, perfumar
e te olhar, te olhar...
Não precisa fazer sentido,
Apenas deixar-se sentir *
Luz pra você e pra mim.

Pra se dar, pra se dar...
Amar
Os rios, os mares, o ar.
Compreender
Os medos, os erros, as dores...

Será que outro amor,
Fará morada na amiga solidão?
Alguém procura o carinho perdido,
Na próxima estação...
E o que será que quer dizer,
Viver um sonho lindo,
Entregar o coração?

Talvez, seja proteger os nossos sonhos,
Zelar a infância das crianças...
Firmar a sinceridade no silêncio mais profundo.
Voar além do ninho e firmar o pensamento,
Nas lições que cantam os passarinhos.

Céu claro, verde azul da natureza,
Amigos sol no horizonte a brilhar.
Por que não se dar?
Parece simples...

E é.

Canção de partida

A gente pensa que escolhe...
O caminho da sorte
O bem e o mal
O destino do cais

Andar caminho errado
Sentir prazer de ser
Nenhuma novidade
(Viver a mocidade)
Perder identidade
Renascer

Avisam os pássaros passando
Já é hora de partir
Eterna inconclusão da vida humana
Saber que vai voltar
Mas ter que ir

Na mala uma grande novidade:
Quem se ama vai no coração!
Que lhe seja leve essa saudade
A cada instante de renovação

Ma-ra-jó
Peço que não tenha dó
Do meu coração

Gu-ru-pá
Marinheiro bom
Faz da vida seu sonhar

Coisas do coração
Não há razão, não há razão
São coisas mesmo do coração
Sorte é ter
Amor pra dar


De partida para a vida nova:
Trabalhar com Psicologia Social
Ilha de Marajó/Gurupá.

Alimento de sonhos

Ofertada ao amigo Paraense Silvio Nairod


Ele se alimentava de sonhos.
A mesa farta... Histórias, encontros e fantasias.
Amigos brindam a eternidade,
De cada ciclo que teve seu fim.

Que importa? Somos todos passagem
De uma mesma viagem, sem destino final.
Viver é um grande delírio e a dor pulsa a tara,
No vai e vem da maré, de cada coração...

Nenhuma lida é vã.
É preciso aprender a amar a sua.
Fazer amor com ela!
Com beijo na testa, vertigem e café da manhã.

O amanhã não pertence a ninguém.


Um dia de violão em Gurupá.

Pensando nela

Pensando nela!
Que veio me trazer...
Encanto e inteireza
Entre o céu, a terra,
Ventos mares e a solidão...

O que é que há
Que quer dizer?
Viver um sonho lindo, entregar o coração?

Vem viver comigo menina!
Deixa eu, pegar na tua mão...

Recordações

Recordações


Recordações,
São estrelas.
Brilham no vasto céu do meu coração...

A perda de razão,
Não se pode esquecer.
É presente a loucura que habita as esquinas do teu sorriso,
Na vertigem dos meus olhos.

Ainda sangra no peito a estúpida verdade!
Por casualidade, um clichê:
Só valorizamos o infinito,
Quando já não podemos tocá-lo.

Ruas desertas...
Posso suportar a solidão com alegria.
Mas não a idéia de que não te verei outra vez.

Chove em toda parte –
Céu, olhos, coração...
É bom estar vivo!



23/02/2014
Domingo pelas ruas de Gurupá/PA
Lembranças de Sevilha