Registro do lado de fora do hospício
Capítulo I
Não há decretos.
Abertos os espaços,
Para todos os sons...
O mensageiro da floresta se chama Guriatã.
Tentei chorar e não consegui
Fiquei doente.
...
Em algum lugar alguém era feliz
Construí um planeta de palavras!
O nome dele é Plâncton
Já havia morado nele o Jorge e o seu Bem.
Em Plâncton, plantas, animais e até o bicho gente...
Brilham quando fazem amor.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Pé de manga
Pé de manga
Avistou um pé de manga da varanda do telhado.
Só ele e os seus demônios outra vez...
Troncos fortes, lindos frutos e a velha projeção,
Péssimo hábito de pela arte lamber a própria ferida:
Jogou fora o mapa do tesouro
Esqueceu o nome da avenida
Pra quem sabe um dia se encontrar...
É que o plim plim na conta não compra o seu sorriso,
Tanta coisa que é de graça lembra mais o paraíso.
Elogios no trabalho não cessam sua angústia, irmão!
Nenhum reconhecimento vale a cegueira da visão.
O mundo ainda chora e a gente se esconde nos próprios defeitos.
É tão fácil acomodar a vaidade, basta prometer prosperidade!
E há quem se contente em sonhar com propriedades...
De que vale essa estúpida ilusão de grandeza
E não saber pedir licença a natureza?
De que valem as raízes
Quando sobrenomes deixam cicatrizes
Pessoas infelizes
E Cash é sempre o dilema das nossas diretrizes?
Cruza um velho trauma...
Uma idéia se esboça da janela.
Ainda pega o buzu lotado,
Por medo ou opção?
Veja o lado bom da coisa,
Quando se apresenta a lição:
Na solidão do carro,
Não haveria aperto de mão.
Avistou um pé de manga da varanda do telhado.
Só ele e os seus demônios outra vez...
Troncos fortes, lindos frutos e a velha projeção,
Péssimo hábito de pela arte lamber a própria ferida:
Jogou fora o mapa do tesouro
Esqueceu o nome da avenida
Pra quem sabe um dia se encontrar...
É que o plim plim na conta não compra o seu sorriso,
Tanta coisa que é de graça lembra mais o paraíso.
Elogios no trabalho não cessam sua angústia, irmão!
Nenhum reconhecimento vale a cegueira da visão.
O mundo ainda chora e a gente se esconde nos próprios defeitos.
É tão fácil acomodar a vaidade, basta prometer prosperidade!
E há quem se contente em sonhar com propriedades...
De que vale essa estúpida ilusão de grandeza
E não saber pedir licença a natureza?
De que valem as raízes
Quando sobrenomes deixam cicatrizes
Pessoas infelizes
E Cash é sempre o dilema das nossas diretrizes?
Cruza um velho trauma...
Uma idéia se esboça da janela.
Ainda pega o buzu lotado,
Por medo ou opção?
Veja o lado bom da coisa,
Quando se apresenta a lição:
Na solidão do carro,
Não haveria aperto de mão.
Perda sagaz
Perda sagaz de identidade
por não render-se ao canto da sereia
Pra evitar dizer o importante falamos demais
- Dissimulando a culpa do voraz desejo errante
Quero mesmo é comer a vida,
Devorar os meus instantes!
E a quem possa parecer loucura,
o adoecimento é um processo de cura.
Agradeço o meu viver
E dispenso a redenção
por não render-se ao canto da sereia
Pra evitar dizer o importante falamos demais
- Dissimulando a culpa do voraz desejo errante
Quero mesmo é comer a vida,
Devorar os meus instantes!
E a quem possa parecer loucura,
o adoecimento é um processo de cura.
Agradeço o meu viver
E dispenso a redenção
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Fechamentos
Fechamentos.
De caixas
Gavetas
Rituais
E seitas
E mentes
Em vão
Intento de prisão
Ao próprio coração
De caixas
Gavetas
Rituais
E seitas
E mentes
Em vão
Intento de prisão
Ao próprio coração
Vida pede
Enxerguei nos olhos ternos de quem sucumbiu à culpa
A vida aprisionada pulsando a tara de quem sonhou perder-se
É que às vezes pra falar com Deus é preciso escolher um caminho diferente
Como pra ser feliz é preciso deixar de lado a idéia confortável de quem se é
Pra ser caminho como a vida pede
E não importa a escolha que se faça
Nem quanto o desejo mede
A vida sempre pede
Vida pede
A vida aprisionada pulsando a tara de quem sonhou perder-se
É que às vezes pra falar com Deus é preciso escolher um caminho diferente
Como pra ser feliz é preciso deixar de lado a idéia confortável de quem se é
Pra ser caminho como a vida pede
E não importa a escolha que se faça
Nem quanto o desejo mede
A vida sempre pede
Vida pede
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Simples
Simples,
Como uma árvore, um fruto, um cais
Tudo aquilo que precisamos,
Pra poder viver em paz
Simples
Como o vento, um momento, o mar
E o tempo que nem existia,
Até alguém inventar
Simples
Sonhos
Raros
Cachoeira da Purificação,
Chapada Diamantina.
Como uma árvore, um fruto, um cais
Tudo aquilo que precisamos,
Pra poder viver em paz
Simples
Como o vento, um momento, o mar
E o tempo que nem existia,
Até alguém inventar
Simples
Sonhos
Raros
Cachoeira da Purificação,
Chapada Diamantina.
sábado, 13 de outubro de 2012
Estado de graça
Estado de graça
Concebido o estado de graça
As pessoas da praça
Se olham a sorrir
E aqui dentro hoje vivo o inverso
A tristeza que sinto
Já nem cabe num verso
Concebido o estado de graça
As pessoas da praça
Se olham a sorrir
E aqui dentro hoje vivo o inverso
A tristeza que sinto
Já nem cabe num verso
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Coisas que stão
Coisas
que stão
Que são?
Conceitos, símbolos, signos, cheiros, ar!
É da ordem da criação desequilibrar.
Que é um poeta?
Um tonto que cala, vaga, pula, grita...
Ensurdece.
que stão
Que são?
Conceitos, símbolos, signos, cheiros, ar!
É da ordem da criação desequilibrar.
Que é um poeta?
Um tonto que cala, vaga, pula, grita...
Ensurdece.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Amendoim
Essa é dedicada ao meu amigo amendoim
Passaram tantos anos e nunca te esqueci
Nem preciso dizer o quanto foi foda conhecer o inferno na terra
Quando vi seu sangue derramado na Princesa Isabel
Até então nunca tinha questionado a existência do céu
Lembro bem do brilho que você carregava nos olhos, amendoim
Humanidade como a sua já não vejo por aqui
Talvez um dia a molecada aprenda a dar valor
Pra quem liderava os irmãos da rua
E unia os que tinham casas sem esconder a verdade crua
Carrego comigo o que você me ensinou
Sobre vencer o próprio mal, sobre a importância de ser real
Quando olho no espelho e sinto que evolui,
Até enxergo um pouco de você em mim
Porra! Peço desculpas, demorei doze anos pra escrever
Ainda hoje me fode a sua perda
E o riso me acompanha toda vez que banco o Robin Wood
Roubei mercado e alimentei os nossos enquanto pude
Confesso que ainda não encontrei a minha luta
E às vezes ainda me vejo tal qual vira lata perdido
Mas sem alarde vou cumprindo a missão
Dando a mão quando tropeçam os que ficaram
Imitando você quando se faz necessário
Ainda guardo os garranchos das suas poesias
E prego as portas sempre abertas
Do jeito que você ensinou
Pra quem não sabe do que se trata não custa esclarecer
Essa é só mais uma história do melhor ser humano que já conheci
Poeta vagabundo se chamava amendoin
Salvou mais de cem moleques que moravam nas ruas
Ensinou bem mais que as escolas e abalou estruturas
Bem antes do D2 já bombardeava por todos os lados
Sua arte era pura, não estava à venda no mercado
Mas enquanto fazia as rimas pra salvar os seus esquecia
De cuidar da sua própria erva daninha
E comprovando a lição de que a terra não
É lugar para quem tem pureza no coração
As drogas levaram quase tudo
E a alma se foi quando já não restava o que vender
Porra irmão!
Mesmo assim senti saudade de você
E o amor de irmão segue vivo em mim
Finalmente aprendi o que você dizia sobre a libertação
É por isso que nos dias felizes já nem penso
“Fudeu, o amendoim não está.”
Vai com Deus meu mano
Não precisa voltar.
Passaram tantos anos e nunca te esqueci
Nem preciso dizer o quanto foi foda conhecer o inferno na terra
Quando vi seu sangue derramado na Princesa Isabel
Até então nunca tinha questionado a existência do céu
Lembro bem do brilho que você carregava nos olhos, amendoim
Humanidade como a sua já não vejo por aqui
Talvez um dia a molecada aprenda a dar valor
Pra quem liderava os irmãos da rua
E unia os que tinham casas sem esconder a verdade crua
Carrego comigo o que você me ensinou
Sobre vencer o próprio mal, sobre a importância de ser real
Quando olho no espelho e sinto que evolui,
Até enxergo um pouco de você em mim
Porra! Peço desculpas, demorei doze anos pra escrever
Ainda hoje me fode a sua perda
E o riso me acompanha toda vez que banco o Robin Wood
Roubei mercado e alimentei os nossos enquanto pude
Confesso que ainda não encontrei a minha luta
E às vezes ainda me vejo tal qual vira lata perdido
Mas sem alarde vou cumprindo a missão
Dando a mão quando tropeçam os que ficaram
Imitando você quando se faz necessário
Ainda guardo os garranchos das suas poesias
E prego as portas sempre abertas
Do jeito que você ensinou
Pra quem não sabe do que se trata não custa esclarecer
Essa é só mais uma história do melhor ser humano que já conheci
Poeta vagabundo se chamava amendoin
Salvou mais de cem moleques que moravam nas ruas
Ensinou bem mais que as escolas e abalou estruturas
Bem antes do D2 já bombardeava por todos os lados
Sua arte era pura, não estava à venda no mercado
Mas enquanto fazia as rimas pra salvar os seus esquecia
De cuidar da sua própria erva daninha
E comprovando a lição de que a terra não
É lugar para quem tem pureza no coração
As drogas levaram quase tudo
E a alma se foi quando já não restava o que vender
Porra irmão!
Mesmo assim senti saudade de você
E o amor de irmão segue vivo em mim
Finalmente aprendi o que você dizia sobre a libertação
É por isso que nos dias felizes já nem penso
“Fudeu, o amendoim não está.”
Vai com Deus meu mano
Não precisa voltar.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Juízo de valor
Um eixo
Duas ou mais visões
A madrugada
Diferentes seres habitando os corações
Quanto aos desejos,
Confusas intenções
Colocaram à venda a branca de neve
Surgiram mais de cem anões
Depois perguntam de onde vem a marra
Pedem licença pra entrar sem respeitar as amarras
Querer e não conseguir chorar
Escutar o evangelho e nas palavras nunca se encontrar
Real mesmo é levar a fantasia a sério
Revelações que trazem a simplicidade
Como único mistério
Tenho pensado muito
Nos malabarismos que fazemos no dia a dia
Pra negar nosso próprio juízo de valor
Imersos em tanta hipocrisia
O conflito entre o espírito livre
E as convenções que já estão instaladas na mente, que mente
Juízos de fatos hoje são contestáveis
A visão de mundo foi imposta e ninguém criticou
O tempero que nos torna diferentes fez como o tempo
A brisa do momento e... Já passou!
Vôos turbulentos
Metrô até nos becos
E a malandragem deixou de ser instrumento pra compor
Agora é bolsa família
Minha casa sua vida
Vote em mim
Que eu te dou
E eu só tinha vislumbrado a onda inocente, saca?
Como um de nós sentado numa mesa de bar
Escutando pessoas estranhas
São apenas pessoas
Idéias, histórias
Vivências, memórias
Alguma coisa incomoda. Só a mim?
Você mesmo, que leu até aqui, aflito
Sou eu, você, o mundo?
Quando descobrir, lembra de sorrir!
É aí que mora o conflito
Querer combater é o aviso da sua mente
Ao negar o próprio juízo de valor
Fudeu! Te dominou.
Duas ou mais visões
A madrugada
Diferentes seres habitando os corações
Quanto aos desejos,
Confusas intenções
Colocaram à venda a branca de neve
Surgiram mais de cem anões
Depois perguntam de onde vem a marra
Pedem licença pra entrar sem respeitar as amarras
Querer e não conseguir chorar
Escutar o evangelho e nas palavras nunca se encontrar
Real mesmo é levar a fantasia a sério
Revelações que trazem a simplicidade
Como único mistério
Tenho pensado muito
Nos malabarismos que fazemos no dia a dia
Pra negar nosso próprio juízo de valor
Imersos em tanta hipocrisia
O conflito entre o espírito livre
E as convenções que já estão instaladas na mente, que mente
Juízos de fatos hoje são contestáveis
A visão de mundo foi imposta e ninguém criticou
O tempero que nos torna diferentes fez como o tempo
A brisa do momento e... Já passou!
Vôos turbulentos
Metrô até nos becos
E a malandragem deixou de ser instrumento pra compor
Agora é bolsa família
Minha casa sua vida
Vote em mim
Que eu te dou
E eu só tinha vislumbrado a onda inocente, saca?
Como um de nós sentado numa mesa de bar
Escutando pessoas estranhas
São apenas pessoas
Idéias, histórias
Vivências, memórias
Alguma coisa incomoda. Só a mim?
Você mesmo, que leu até aqui, aflito
Sou eu, você, o mundo?
Quando descobrir, lembra de sorrir!
É aí que mora o conflito
Querer combater é o aviso da sua mente
Ao negar o próprio juízo de valor
Fudeu! Te dominou.
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