quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Eis o novo mundo

Piscar os olhos,
Eis o novo mundo...
Existe mais!
Há outros instantes, em cada instante.
Sonhos não sonhados, em cada pessoa.
É assim, sem ser, ver, rever, viver!

Como a gente se sente?
O que pensa sobre o que sente?
Ah! Então, mudando percepção, muda também o astral.
Será o verbo sentir atemporal?

Vamos morrer qualquer dia desses.
Que beleza!
Cafuso, confuso, difuso, vil,
Levemente imoral...
Se deixar capturar pela loucura,
Desdenhar certo e errado tal qual fissura,
Sei fingir que sou real!

Viver é um grande delírio!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Amanhã

Amanhã


Passos pela rua
A tristeza nua
Se apresenta no espelho do mar

Sempre que adormeço
Lembro que esqueço
Ao viver outra noite vulgar

Aquela menina em casa me espera
Com seu sorriso de primavera

Amanhã eu quero ser feliz
Viver de novo aquela bela história
Amanhã quem será feliz?
Se o eterno instante só existe agora

Cigano sem pátria

Cigano sem pátria
Ofertada a Frederick Perls


Um homem... qualquer homem!
Cigano sem pátria, distante do seu tempo.
Andarilho da onda, mas negava a crista,
Da travessia trágica rumo ao autoritarismo

Para atravessar o coletivo,
Transcender entendimento!
Viagem, passagem, ode errante,
Lapidando intuição ao movimento autêntico
Novos olhares, novos sentidos...

A busca desenfreada que aprisiona,
Fragmentos genuínos outrora relembrados.
A liberdade que não integra o desconhecido,
Cega o encontro verdadeiro...
Crescimento, dizia, leva tempo!

Aqui, agora e o preço que se paga,
Por seguir as leis
De uma terra de ninguém

Deleite de viver

A gente pensa que escolhe
O caminho da sorte
O bem e o mal
O destino do cais

Andar caminho errado
Sentir prazer de ser
Nenhuma novidade
Perder identidade
Renascer

Avisam os pássaros passando
Já é hora de partir
Eterna inconclusão da vida humana
Saber que um dia voltará
Mas ter que ir

Na mala uma grande novidade
Quem se ama vai no coração
Que lhe seja leve essa saudade
A cada instante de renovação

Vagarosamente
Vaga a mente
O deleite
De viver

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Coisa louca

Que coisa louca, né?
Viver dentro de cada um de nós.
Que coisa louca, né?
Dentro de cada um, a sós.


Palavras sem som dizem tudo
Quando algo floresce ao nada
No escuro que surgem as trevas
Estrelas iluminam a jornada


A dor atrás do instante que virá.
Será?
Dentro desse corpo
Algo que morrer.
Algo que voar.


Que coisa louca, né?

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Deprimido

Estar deprimido, que grande presente!
Assim, distante, calado, tomando vinho no que restou de um pequeno copo de pinga, limão e mel, paquerando uma antiga máquina de escrever ao som de uma vitrola vermelha.

As pessoas em volta notam, estranham e contribuem.
E então você escuta, sem a fortaleza das convicções, os ensinos, como quem oferta a chuva os conflitos da alma.
Alguém recita com elegância uma poesia sobre a dor, tornando o abismo mais bonito.
Uma teoria nova te procura, explicando a sutil diferença entre o amor e a ilusão. Você não compreende a totalidade, mas já que veio de um amigo Duende, vale tanto quanto um belo poema escrito a lápis em algum estribilho antigo.

E o feio vai se tornando belo.
Nuvens, medos, árvores tortas e estranhas, tempestades,
Tudo parte de uma grande novidade,
Que proporciona um novo olhar...
Aí o coração amanhece cheio de saudade e tristeza,
E você se deixa levar por ele.
O que pode ser mais importante que o amor?

Se não há sentido pra vida,
Que pelo menos eu possa vive-la assim,
Perto de quem desperta,
O melhor de mim.

Alma nua

Alma nua


Mas nada acaba meu amor!
A vida continua...
Quem deixar a alma nua,
Saberá recomeçar

Pra que abrir as portas?
Podemos deixá-las sempre abertas.
Se nada é definitivo,
Que nos seja incentivo
Pra alegrar o caminhar

E se um dia precisar de um colo, uma morada
Em mim terá abrigo
Lembraremos de algum belo domingo
Em que estivemos juntos a sonhar

Talvez um dia lá na frente
Depois de vagar errantemente,
Semeando amor sem direção
Me canse da marcha cega,
E pinte arrependimento
Por saber que ninguém será capaz
De com apenas um sorriso
Me encher de paz

Então o amor terá valido
E poderei contar
Daquilo que venceu o medo, a distância
E a própria vida
Porque

Nada acaba meu amor
A vida continua
Quem deixar a alma nua
Saberá recomeçar

Iluminações diárias

Iluminações diárias


Uma vida por recomeçar
Uma estrada pra se escolher
Um velho amigo pra cantar
Um grande amor para viver

Ver além do que existe
Ver além do que há
Não deixar que catequizem o verso
A marca do seu caminhar

Iluminações diárias
Domingo ou sexta feira
Iluminações diárias
Domingo ou sexta feira
E a dor se vai...

Se lhe trouxer esta canção
Uma dor empolgante
A travessia do rio
A fuga do instante
O teu erro brilhante
Sinta sol
Seja sol

Pés descalços, mar aberto, vida incerta...

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Afirmar um valor

Depois de pensar o amanhã
Beijar o desconhecido
Morder a maçã no escuro
Bobagem almejar futuro
No escuro! Futuro!

Há algo por mudar
Fugaz o curto sonho da vida
Há algo pra mudar
Fugaz o curto sonho da vida

Após entender o passado
Desejar beber o inesperado
Devorar as migalhas do presente
Sentir tudo aquilo que sente
Presente! Se sente!

Calar a mente inundar coração enxergar a razão
Olhar pra cima semear um grão elevar vibração
Afirmar um valor
Afirmar um valor

Ode a inteireza

Ofertada a Alexandre Magno Abrão (Chorão)


O sopro do vento que preenche o corpo vertiginosamente...
A derradeira vontade que sobrepõe o ideal.
O verso perdido, o tormento presente, a angústia vivente.
A barriga da mãe, o som do tambor, o registro do amor.
Também as ruas da cidade...


Os cheiros, as cores, os sexos dos selvagens.
O brilho no olhar que carrega quem ama o que faz.
O arrependimento, a entrega, a lealdade ao espírito.
Estradas, calçadas, buracos profundos...


Doar amor, dar as costas pro mundo.
Reconhecer no teu servo, a maestra humildade.
Entender que nada é definitivo
A vida, a saudade...


Vomitar palavras, sem temer as consequências.
Entregar-se a vida! Se dispersar da ira – compaixão, gratidão.
Estar só por integridade, pela verdade, pela missão.
Ser poeta, Zé ninguém, celebridade,
Tanto faz...


Ode a inteireza


Teatro Castro Alves
Durante a peça Pólvora e Poesia

Algo se perdeu

Algo se perdeu


Será possível, sentir e escrever a precisão imensurável do instante,
E depois, num gesto estúpido e inconsciente, não deixar nenhum registro?
"O que apagou está apagado", disse um velho amigo.
O amor? Guardo luminoso, alegra o meu viver!

Não, não se pode recuperar aquela poesia.
Ainda que eternizada e registrada no meu ser,
Se foi tal qual criança seduzida por um novo brinquedo.
Será alguém capaz de sorrir como ela?
Desejo que ela seja feliz.

A solidão outra vez...
Fito as sombras das árvores,
Talvez peça licença para roubar algum fruto.

À margem do caminho,
Zumbindo a grande velocidade,
Um pássaro perdido com endereço certo.
O véu azul claro revela a noite,
No compasso em que dança um mendigo solitário,
Esbravejando doçuras e sonhos esquecidos.

Cumpro meu dever!
Opor-me a um mundo imbecil e sórdido,
É trabalho que realizo prazerosamente.
O espírito se enobrece cristalino,
Jesus tinha razão! A verdade liberta!

Grande cilada

Grande cilada


Fizeram do amor verdadeiro uma grande cilada
O pertence, a prisão, a mentira contada
Enterrar o tesouro pra dizer que é só seu
É só meu! É só meu! É só meu!

O caminho inverso, a corrente do verso
Transformar o amor em ouro de tolo
O padrão, o clichê, a receita do bolo
E quem resistiria a não entrar na dança?

A mente mente

A mente mente


A mente mente! Disse certa vez uma sábia mulher...
Me enxerguei desorientado, clamando pra todo lado, minha própria prisão.
Feito desenho animado, trágico castigo,
Quando o personagem tenta libertar-se das correntes da escola,
Dos pais e da sociedade,
Adormecendo o próprio ser.

Foi então que despertei para um novo ensino:
Aquilo que tu negas se apropria de você.
O que você aceita é que te abre os portais da transformação.
Passei então a dominar minha mente da forma mais simples e óbvia possível:
Com a energia do coração.

Quais são as armadilhas que a sua mente utiliza para te distanciar do seu ser?
O coitadismo, a vitimização, a vaidade, a inveja, o medo, a preguiça...
São muitas as formas!
E se disfarçam, inclusive em gestos bonitos e euforia.

Mas nós temos a verdade do nosso coração.
É preciso tocá-lo, senti-lo!
Como um menino, que brinca e se entrega.
Não adianta se deixar levar pelos vícios,
Pelas compulsões e pela sede visceral se estiver buscando paz.

Mas, confesso! Outras coisas podem ser encontradas.

Meu Pai

Meu Pai


Meu Pai
És um grande menino
Traz consigo ensinos
Sobre o Bem e o mal

Como respeito lhe ofereço
A minha desobediência
É uma das formas
De encontrar-me em você

Ô meu pai!
É chegado um novo tempo
De abrir o teu coração
Pra leveza do dia

Calma!
Acalma o teu coração
Com o seu menino que sente
E canta
A beleza da vida

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Me despeço (até logo)

Me despeço (até logo)


Caminhava sozinho no deserto do silêncio...
Sol a pino e tudo escuro dentro de mim,
Tal qual cambista da festa dos cegos do castelo.

Firmar o seu lugar no astral exige limpeza,
Purificar pensamentos, energias e, acima de tudo,
Confiar na verdade que carrega no próprio coração.

Nada fácil renunciar a uma vida errante...
São intensos os prazeres da libertinagem.
Enfrentar a profunda dor de reconhecer
O quanto esteve distante de si mesmo.

Sabia que sentiria saudades também dos outros errantes
Com seus defeitos escancarados, aprendi a amar cada um deles.
Mas é justamente em nome desse amor que me despeço,
Ergo a cabeça, sinto o novo tempo e sigo meu novo caminho.

Semear gratidão para que os sonhos possam florescer...

Viajou legal!

Viajou legal!


Viajou legal! Esqueceu há tempo, do tempo
Aquele instante mágico, que alguém atende ao suplício:
- É isso, escolher isso.
Conexões de vivências, de si e do outro
Transcendem passado e futuro, simplesmente se unem
Deu-se conta, sonhando, das portas que se abrem por uma escolha
Incrível obviedade foi descoberta, tal qual a sede e a fome

Talvez errar diferente seja a saída...
Desconhecer o caminho,
Inocenta a alma.

Sinesius


Sinesius,
Solitário bem quisto de uma prisão velada,
Portador das chaves que abrem grades inusitadas,
Zelador de sonhos indigestos que mudariam o mundo.


Sujeito forte, dono de virtudes violentas,
Dualidades secretas que desdenham o bem e o mal,
Quando manifestas em sua calma inquietante...


Símbolo da covardia humana, da cegueira que tudo vê,
Do fracasso da academia e também do pior que existe em você.
Marco da esperança que rege encontros e produz luz.


Há amor onde houve morte,
Sorte rondando rastros imundos,
Odores fétidos por toda parte...


Sinergia que encontr´arte


Juliano Moreira
Durante apresentação do Bando Flores da Massa

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

De olho no alvo

De olho no alvo


Sempre tem alguém...
Desejando ser salvo!
Sempre tem alguém...
De olho grande no alvo!

Hoje o dia terminou diferente
Fitando com amor a razão
Da solidão
Caminhou até cansá-la
E rir pro caminho

Passou pelo mar...
E agradeceu!
Passou pela lua...
Provou do seu mel

Se tornou a própria passagem
O dia, a arte
Quando perdeu...
Sua identidade!

Suspiros de vida

Terminou o dia capturado
Olhando no fundo dos olhos
Da solidão
Não se achava capaz
De atravessar o caminho

Depois de andar até cansar
Sem prestar atenção
Passou pelo mar...
Mergulhado em si
Passou pelo sol...
Nem agradeceu

Procurava por toda parte
A passagem
Do dia a arte
Em vão...

E amanhã,
Suspiros de vida?

Sair após entrar

Sair após entrar


Escutei proclamarem o medo do futuro:
Quem sofreria as consequências,
Sedentos ao caminhar no escuro.
Falavam de fazer escolhas, planejamentos,
Ter segurança por onde andar
E o abismo, libertinoso e divino, a me chamar...

Presenciei os deleites egoicos da academia,
Deixei-me capturar pelas nuances de seus pseudos intelectuais.
Devorei os olhos dos anormais, prostitutas e mendigos,
Fiz dos seus desajustes meu abrigo.

Será possível,
Um beijo doce numa linda boca
Deixar a alma suja?
Será que pode,
O belo encanto que celebra o encontro
Fazer da mente imunda?
Desesperos de quem foi a igreja buscando paz...

No fim das contas não há caminho errado ou certo,
Há quem prefira ser abandonado que abandonar.
Liberta-se quem de vários mundos for capaz,
De sair após entrar...

O excesso faz mal

O excesso faz mal
Caminha orgulhoso escolhendo as estradas
Crescendo os olhos sobre os vales verdejantes
Dono de tudo que lhe parece distante
O sorriso mais frio, contagiando o vazio, a dor, o estio

Outrora, partiu, alguém foi embora
O medo, gaiola, mudança, aurora
O surreal a espreita de uma velha gaveta
Há e sempre haverá ar que inspira excitante
A escolha errante
Dentro do que você quer agora

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A gente troca essa idéia

Firmar o pensamento onde o medo não puder alcançar...
Silêncio. É preciso escutar os caminhos.
Germinar territórios esquecidos...
Beleza, a gente troca essa idéia.

Caverna da torrinha

Caverna da Torrinha, Lençóis
13 07 13


Sem nenhum saudosismo,
Fazer valer a existência!
Sentir-se natureza
Retornar a caverna
Sentir-se o que se é

Coração aberto
Aquém do tempo
Um presente:
Viver

A descoberta,
Caminhar sem angústia
A cada passo,
Compor a história

Renascimento

Renascimento


Renascimento minucioso, luminoso
Como o devir de uma melodia, o abismo do laço
A pegada do rastro que descobre novos vales

Construir a trilha com os pés descalços,
Dar amor a inchada, sonhos ao incerto
Proteção a quem queria, firmeza na oração

Já vem outrora, no furo do presente, nova aurora
Chover no deserto, florescer loucura, antídoto, cura
Adeus, adeus censura

Entregue a correnteza...

O fim e o começo
Ambos são casas
Onde vivem o avesso
Dor e alegria

Há recomeço
Mas não há saída
Pra quem fez morada
Na própria ferida


Garganta do diabo
Chapada Diamantina

Bêbado iluminado

Bêbado iluminado


Bêbado e iluminado, meu pai disse certa vez:
- Não vivemos Hiroshima, não vivemos Nagasaki.
- Somos privilegiados, desprezamos a vida.

Ao chorar, sentiu...
O quanto a vida é boa.

Eis que meu coração pediu um novo canto!
Olhei pro passado, sonhei o futuro
Duas pessoas caminhavam juntas,
Tantas pessoas caminhavam juntas...
Então sorri, me chama docemente o presente

Vamos dar as mãos?

A desejada vadia

Sua liberdade, sua angústia.
Seu vômito, sua sujeira, sua poesia.
E por que não dizer minha?
Pra transmitir o que sente?
Quem se importa?
Tamanha hipocrisia!

A resposta que nunca chega...
A desejada vadia!

Que o amor nos salve.

Outra frequência

Outra frequência


Aberta a porta,
Outra frequência...
Canto dos pássaros,
Barulho de avião.

Longe de casa, dentro do quarto
Outro mundo, Mesmo mundo
Velho amigo, o desconhecido
Prenúncio do eterno
Que se cansou de passar
E nunca aconteceu

Como de mim andei distante...

domingo, 7 de julho de 2013

Vá morrer pra lá!

Vá morrer pra lá!


Vamos lá, grite!
Mais alto, tanto faz, ninguém se importa.
Se você tem o que comer, pelo que viver, quem vai saber?
Revolução só quando for transmitir a televisão...
Mendigo? Fecha o vidro, rapá!
É papel do governo ajudar,
Vá morrer pra lá!

Vem a morte, alguém há de lamentar.
Chora um pobre, chora um rico, chora o ar.
Mesmo ar que alguém respira, aspirando gratidão.
Novo olhar, diferentes intenções.
E no coração, multidões...

Derradeiro instante

Derradeiro instante


Será a morte, limite da vida, a liberdade possível?
Trocarias tu, tão doce mistério, pela imortalidade?
Mel que escorre no fio da navalha,
O beijo impossível na deliciosa Deusa completude,
A chance única de sobrevoar precipícios...
Parir o derradeiro instante,
Da eternidade.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

E o amor se vai...

Olhos fechados, são muitas as visões!
No ar que a gente respira, nos sobram sensações...
Atender as necessidades de dentro, coração
Razão pro atraso, a preciosidade do instante
E quem quer saber as horas?

Trabalho, faculdade, perspectiva!!!!!!
Na televisão outra explosão de informação...
Quem tem a mente ativa expressa opinião
Domínio das técnicas, praticidade e violência
Que se dane a experiência!

E o amor se vai...


ahu du bilehi mi sheitam irajim

ahu du bilehi mi sheitam irajim


Que nossos caminhos sejam repletos de luz. E nossas almas possam se alimentar de paz, calma e pureza. Que o homem leve no seu caminhar a cor branca da verdade, para que seus passos sejam sinceros, inocentes e claros, representando o amor divino. Com um laço branco na perna direita, mentalizo o lado direito do meu cérebro, responsável pelas artes, pela criatividade e pelas emoções e peço ao Arcanjo São Miguel firmeza no coração e no pensamento, para iluminar o meu perdão. Amém! ahu du bilehi mi sheitam irajim

Interior do interior

Interior do interior


Primeiro o silêncio, o esvaziamento - contemplar o interior do sentimento
Pra espantar toda agonia, ansiedade, a própria hipocrisia
Depois o propósito: Enfrentar o papel em branco, encontrar as falhas de caráter
Renovar comportamento, repensar identidade, semear a gratidão

Se nas ruas não encontra mocidade
Pra onde olha enxerga arestas
E a cidade mais parece uma prisão

Encontre pelo menos abrigo
Qualquer coisa que faça sentido
No fundo do seu coração

Vê-los sol

Vê-los sol


Nua por perto samba a censura, em frases feitas por sonhos incertos.
Na receita da dúvida, curvas de gratidão...

Abrir os olhos
Vê-los sol

Órbita do momento
Antropo centro

Caminhos claros
Tempos raros

Multidões querem mudar o mundo
Querem o mundo

Querem
Claro

Tédio

Caça, procura, busca
Sem parar e sem pensar
Algo pra fazer, pra ocupar e pra cegar

Acorde, levante, corra
Depressa trabalhar
Ganhar o seu dinheiro, gozar e reclamar

Aperta, pressiona, fuça
O seu celular
Saber da vida alheia, julgar e fofocar

Agora para tudo, o mundo vai mudar
Cartazes bem bonitos
Pose para as fotos, maquiagem e protestar

Tempo presente

Tempo presente


Ás vezes parece que há um estranho
Morando dentro de si
Será que o que falta é apenas coragem?
Pra dizer a verdade
Pra se dizer a verdade

Quando tudo mudou, quem percebeu?
Alguém perguntou a direção?
A escolha mais fácil que rege a ambição
É a mesma que cega a visão

Se fez segredo coisas do vento
O tempo presente, brinca com a gente!
Amargo invento:
Em dois lugares, num mesmo momento.

Né?
E você protesta, sugere, afirma, reclama!
Outra vez repete, tal qual verdade, um velho drama.
Ninguém aguenta mais.
Nem você suporta mais...

É outro tempo, vai vendo, passando...
Observa, acorda! Sem demora...

Só existe esse momento.

Manifestação

Manifestação


Você, eu, todo mundo lá!
Cada um sabe de si, só não sabe onde quer chegar...
Grita alto o clichê, de costas pra bandeira, todo mundo vai te escutar!
É contra o governo ou a nação? O hino ou a seleção?
Se quiser mudar o mundo, ocupa as ruas quando não houver televisão.

Uma grafite, um papel em branco e a vontade de mudar o mundo.
Mas no fundo sou apenas outro vagabundo, que vaga o mundo,
Como um vaga-lume iluminando a escuridão do herói,
De frente aos olhos de uma criança toda consciência dói.
Sê inteiro e verdadeiro... A derradeira revolução!
Quem combate violência com autoritarismo,
É co-autor da mesma prisão.

Passo a passo,
Passo a pássaro.
Me reconhecendo no mendigo e no ditador...
Olho nos olhos da sombra,
Buscando a verdadeira face do amor.

O teu trabalho é viver

Ofertada a Rubem Alves

Rói as unhas, sangra os dedos, fere a alma!
Ó poeta da esperança, árduo o teu caminho de guerra
Pra poder clamar a paz.


Atrasa o passo, chega mais tarde, perde o emprego.
Ó poeta do instante, eterno o teu caminho de solidão,
Pra entrar em comunhão com a incompletude...


Vive a madrugada, caminha pelas ruas escuras, torna-te parte da escória!
Ó mendigo poeta, sereno o teu caminho sombrio
Onde ninguém mais pode ver.


Nas pegadas dos Deuses, dos heróis e das crianças
Mendigos, prostitutas e sonhadores,


Ó espírito vagabundo,
O teu trabalho é viver...

Religare final

Religare final


Ao atrair pra si o que não convém
E dizer sim, enfim, ao que quer sem querer, por que, então?
Será a si mesmo uma forma de traição?

Ao mentir pra si mesmo por um momento de satisfação,
Fazendo valer o instante, como mais importante,
Que o gozo suposto, de algo imposto, ao alcance vão,
Do certo e do errado, moral imoral, do bem e do mal,
Haverá traição afinal?

E agora sendo mais simples:
Você que mentiu, pros pais e sorriu,
Mas fez o que queria, alegando que ninguém entendia seu ponto de vista,
Herdado de outros artistas, importantes ou não,
Quem tinha razão?
No doce tormento... Sentiu-se vil?

Somos apenas pessoas, controladas demais.
Por aqui, por ali, é assim, que se faz!
Quando éramos apenas animais,
Talvez houvesse mais paz.
No instinto aflorado,
Somos todos iguais.

Mas inventaram a linguagem, quanta bobagem!
Essa coisa que é a moral.
Daí surgiu perversão, de tanto reprimir sensação...
Bicho homem ficou confuso porque não entendia,
Todo santo dia, a mesma agonia, da contradição:
A natureza de um lado o valor do outro,
O corpo longe da alma, o desejo do correto, errante!
Por certo, pedia passagem, a qualquer miragem, de reconhecimento,
Pra que pudesse viver, só de verdade, em que pese à magia,
Da ancestralidade,

No religare final.

Sabão Sabão

Sabão Sabão


Comer meleca, só de cueca
Tá gostoso, é do bom
Rabisco de sentidos
Verdin Verdin

Ontem fazia sentido
Toda forma de oração
Passou pelos cabelos
Sabão Sabão

E o professor me pede
Referencial teórico
Assistência psicossocial
Normal Normal

Você lê entende
Só é sua abstração
E também delírio
Igual Igual

Outra estação

Outra estação


Se não há depois
Se não há mais nada
Além da vida, além da estrada
O que te traz aqui?

Encontros são tons de gente
Onde há sonhos, há rostos e sementes
Floresce partida e chegada
Nenhuma expressão é vã
Aos olhos da vida

Um maluco cruzou a rua de frente pro mar
Disparava gritos, angústias e outras sensações
Expressão da cidade, deixava saudade
Mais uma criança, em outra estação...

O trem do amanhecer

O trem do amanhecer


Talvez fora de hora
Eu verso pra você
No trem do amanhecer

Não venho te cobrar
Nem quero explicar
É só pra te lembrar

Existe um encontro
Numa órbita qualquer
Entre vazios que se adoram
Talvez fora de hora

Não sei explicar
Mas quero agradecer
Pelo que o mundo aponta como problema
Ser o que se tem de mais sano a proteger

E no dia do encontro
Esse verso lindo há de ser
Você também irá se apaixonar
Quando finalmente souber ver

O seu trem do amanhecer

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Lacrimogênesis

Escuta atenta, mente alerta, no entanto desarmado...
Recebendo as críticas silenciosamente, sem retrucar.
O que parece brincadeira pode ferir um coração sensível,
Ou quem sabe romper uma estrutura, que sangraria solitária,
Deixando rastros de traços obsessivos.

Mas a humildade é um escudo impenetrável,
Para quem oferece a si mesmo a verdade.
De que valeria legitimar um conhecimento ao olhar do outro,
E não estar em paz consigo?
No interior do meu silêncio encontro abrigo,
Sem nenhuma pretensão,
De ter ou não razão.

Dor sentida, criação, clichê de comunhão.
Pessoas disparando, presunçosa direção...
Minha arte?
Ser sozinho.

De vez em quando a gente se encontra...

domingo, 26 de maio de 2013

Coração dilacerado

Coração dilacerado quase não bate, imenso vazio sem vontade.
Dor sem graça, sem vida, sem vaidade. Apenas tristeza e saudade.
Erros cegos, balas perdidas com endereço certo ao abismo vil.
Arrependimento insuficiente, como ser incompleto, como ser gente.
Não há sombra de um sorriso, não há esperança, não sobrou quase nada.
Agarrar-se ao aprendizado é o que resta...

Só no amor cabe desejar que o outro seja feliz sendo infeliz.
Só no amor é possível dar sem exigir ser correspondido.
Amar.


Lembra aquele dia?

Lembra aquele dia?


Lembra aquele dia?
Aquele, em que o celular pediu pra ser cantado.
Você ligou pro velho amigo cantarolando versos novos.
Ele nem entendeu a idéia, mas achou tão lindo...
Que até chorou.
E o celular agradeceu.

Lembra aquele dia?
Aquele, em que o computador pediu pra ser pintado.
Você montou imagens de encontros da família.
Ela nem soube, mas você chorou como uma criança...
E depois sorriu.
O computador também.

Lembra aquele dia?
Aquele, em que a casa queria os amigos reunidos.
Cada um deles chegou trazendo uma alegria própria.
A gratidão dançava com os instantes como se houvesse a eternidade.
Deus ficou orgulhoso.
A casa também.

Lágrimas ao vento

Lágrimas ao vento


Lágrimas ao vento são pontos de luz
Benção da chuva que molha o corpo
Penetra o ventre dos anseios
Com beijos de calmaria que a vida traz

Sabe, são surpresas da vida...
Sinta, é a brincadeira de viver...
Enxergar no pouco, tudo
Enxergar como a criança enxerga:
Com a alma!

Somos mesmos diferentes,
Uns entoam um mundo azul,
Outros escutam o chamado do lilás
Se você deixar o coração bater sem medo,
Anormal é não viver em paz

Lapidar o mundo com os olhos
Amar a loucura que consigo traz
Chorar toda luminosidade
Fazer do coração tambor
Ouvir o som dos nossos ancestrais

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O irresponsável por vocês

O irresponsável por vocês


O irresponsável por vocês,
Não tem ambição, não tem razão, nem fama.
Foi condenado ao vazio da calmaria.
Ele simplesmente não pode prometer nada, nada.
Porque sua sina é viver apenas,
O instante.

O irresponsável por vocês,
Coleta pedras no caminho.
Gosta delas e as cuida,
Brinca de colorir tudo, tudo,
Que sozinho não se move.
Ele simplesmente não pode ser nada, nada.
Porque sua sina é ser apenas,
O instante.

O irresponsável por vocês,
Ama os seus tormentos,
E os conecta sempre, sempre,
Com os seus amores.
Ele simplesmente não pode ter um lar,
Porque o seu devir andarilho faz de todos, todos,
Sua casa.

O irresponsável por vocês,
Não teme a loucura, nem o tempo,
Ele sempre perde a hora.
Não pode simplesmente porque simples mente,
Pouco lhe importa onde vai chegar.
Sua sina não é entender nada, nada.
Porque escolheu aprender a amar,
Tudo, tudo.

Vozes

Vozes
Ouvia vozes!
Coisas
E via coisas...


Contava sobre algo que ninguém queria ouvir
Há tanto procurava por alguém pra dividir
Será que ficou louco
Ou já nasceu assim?

Tanto faz!


Arrumem um centro espírita,
Providenciem outra internação.
Na verdade pouco lhes importa
Um hospital, uma prisão


Ele ameaça...
A nossa incrível normalidade
Revela qualquer coisa,
Sobre a nossa velha sina


Uma bela identidade...
Cheia de mentiras!
Egos e vaidades,
Tantas armadilhas


Vozes
Ouvia vozes!
Coisas
E via coisas...


Juliano Moreira
Internação do módulo E

Viver é bom

Viver é bom


Somos crianças,
Viver é bom!
Queremos cantar...

Todos os seres tem o seu dom!
Para abrir os caminhos,
Cultivar...

O ar que a gente respira,
É também o laço,
Do giro que faz o mundo mudar!

O segredo da vida,
Pode ser só o passo,
Ainda não dado pra alegria chegar...

Somos adultos,
Viver é bom!
Devemos sonhar...

Vai, vai, vai...

Madrugada deserta

Em plena madrugada deserta
Foram simples movimentos esperançosos
Marcha cega de dois jovens sonhadores
Caçando inspiração

Passos inconsequentes
De quem quer mudar o mundo
Não há maior perigo
Que renunciar ao que pede a vida

Hoje é segunda feira
As pessoas estão escondidas em suas casas
No rio vermelho não há sangue, não há vida, não há nada!
Belo momento pra chegada triunfante
De um disco voador

Não há sinal de pessoas em lugar algum
Não há sinal... de carnaval
Não há sinal de amor em lugar algum
Não há sinal... de carnaval

Em prol da matilha

Tanto faz ser encontrado
Ninguém deve ser julgado
O mundo pode ser mudado
Será?

A paz que a música inspira
Enquanto o mundo te respira
Além de qualquer razão
Virá?

Única arma que desarma
Onde tudo é relativo
E não há tempo perdido
Amar?

As cores do céu

As cores do céu


As cores do céu são portas que se abrem na janela
Pras emoções perdidas em fragmentos de medos bobos
Que habitam nossos peitos de um jeito impreciso

De repente um pássaro voa distante
Nada disso importa
Nossa liberdade é a calçada

Uma mão estendida
Pra quem tenha amor pra oferecer
Onde estará nossa criança
Que sonhamos voltar a ser?

Acho que é só

Eu sou essa coisa caminhando de camisa rosa quadriculada,
Voltando pra casa em plena madrugada de segunda feira,
Procurando por pessoas escondidas.

Deixo versos de amor pras almas errantes,
Pros segredos que me foram negados,
E pra cada lembrança que detesto.

Aceno pra quem dormia e estranha a minha solidão,
Os meus passos tão perdidos quanto alegres,
Lamentando não haver ninguém mais comemorando a existência.

Acho que é só...

Olha o céu

Olha o céu


Não deixe que a sua frustração
Acerte algum irmão
Toque algum coração

Mesmo que esteja cansado de lutar
Permita que outro alguém possa acreditar
Que o mundo um dia
Vai mudar

Olha o céu!
Depois da chuva surgem novas cores
A dor traz consigo outros amores
Motivos pra sonhar

Quando carregada de solidão for a fotografia
Procure ser pra si uma boa companhia
Deixe o seu coração cantar

Sexo da madrugada

Criam o aqui e agora
Existe algo lá fora.
Há algo além do pensamento?
Eis que surge, urge, ou simplesmente percebe-se o tormento -
Alguns chamam de falta, outros de frustração, os poetas de incompletude.


Como lidar com essa ruptura?
Homens da ciência sugerem:
Aceitar a tragédia da existência e assim ampliar as possibilidades.

A religião te impõe desde a ejaculação do seu pai aceitar o Deus deles,
sob a pena de arder em chamas se acaso você encontrar-se com uma luz diferente.
Existem também as bruxas, os magos, os xamãs...

Certamente algum deles vai te servir.
Você pode tentar também o amor!
A respiração, a meditação, a espiritualidade, a vaidade...

O que não será possível, enquanto for bicho gente, será esquecer-se de Deus.
Pode negá-lo, repudiá-lo, proclamá-lo, mas não poderá esquecê-lo. Seja ele quem for, seja ele o que for.

E talvez um dia perceba que pode ser mais fácil esquecer-se.
Quem sabe então, depois de tantas tentativas frustradas,
Se dê conta que o que sempre procurou...

Era aquilo que calava na procura.

Quero trair a mim mesmo!
Recordar instantes que ainda não vivi. Lamber as feridas doces,
deixar-me levar pela loucura absurda de qualquer precipício...

Entregue a qualquer vício vagabundo,
ejacular o tédio de um mundo virtual
onde as pessoas depositam no facebook sórdidos desejos secretos.

Transbordando as pessoas do esconderijo de uma janela, para a calada da noite.
E gozando poesia, no sexo da madrugada.

sábado, 11 de maio de 2013

Espaços irreais

Realidade da vida
Real idade do tempo
Espaços irreais

Dão vida...
Ao tempo.

Quem dirá?

Viscerais anseios que a chuva traz
Pra quem se perdeu buscando por paz
Passeiam na lembrança pingos de dor
Brindam os rastros, sonhos de amor

Deus do céu e da terra também
Ventos dos mares levam aos lares o bem
Será que existe algum sentido na batalha
Se toda guerra começa com perdedores

Quem dirá?

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Luz escura

Luz escura


Luz escura, vem devagarzinho!
Vai, segue o teu caminho...
Tentando entender, todas essas coisas.

Pulsa o sangue, firma a dúvida, desmuda o tempo,
Sangra o riso, celebra a tristeza, desdenha a disciplina,
Convida a abelha rainha a provar o mel mais vagabundo...

A fúria racional ressuscita outra vez. Eles querem vingança.
Alguém se desespera, só queria primavera, mas nasceu no meio da batalha.
Vejo horror nos olhos do irmão.
E por isso hoje canto, sem paixão.

O papel em branco

O papel em branco observava atentamente aquele homem tolo.
Com seus erros repetidos, seus surtos repentinos, sua fuga rotineira.
Tão praxe quanto o vazio que sentia o homem,
Eram os convites da própria dor a comportamentos autodestrutivos,
Egoísmos afirmativos, paralisias e sonos incessantes.


O papel em branco observava atentamente aquele homem tolo.
Que seguia enquadrando-se nas exigências sociais.
Consigo mesmo travava batalha todo santo dia,
Para atender ao que a família esperava dele, ao que a namorada esperava dele,
Ao que a própria razão esperava dele...
E ao próprio ser ignorava.


O papel em branco observava atentamente aquele homem tolo.
Era o único capaz de lhe encher de vida...

terça-feira, 30 de abril de 2013

Boas novas

Um velho amigo trouxe boas novas:
Segredos das entranhas de quem se deixou capturar, pelo perfume da aurora.

Companheiro d´istante,
Cumpadi das ruas,
Escuras, viscerais, solitárias...
Fascinantes!

Encontros insanos,
Marcos de rupturas,
Com qualquer espécie de razão,

Brindam o primor do abandono...
Desprezam as respostas que nunca chegam. Germinam territórios esquecidos.

...Firmar-se onde o pensamento não puder alcançar. Escutar os caminhos...

Presente da criação
De todos os sons
Que ditam os tons
Da morte
Do agora

O diagnóstico

O diagnóstico já foi dado:
Estudos minuciosos de doutores inquestionáveis.
Homens de dedicação total a ciência.
Ausentes profundos,
Da escola da vida.


Reprodução abundante,
Exercício do fazer constante,
Cegueira fidedigna, testada e comprovada,
Dos óculos que tudo enxergam.


Argumento incontestável,
Das infinitas possibilidades,
Promessa de saúde mental e vida saudável,
Pra quem aceitar a própria falta...
E a tragédia da existência.


Descartes e seus malditos postulados não conheceram o Candomblé.
Freud e seu sofrimento, dos novos baianos nunca cantou um refrão.
Nietzsche não teve a chance de ouvir do Raul os toques, sobre a cegueira do sermão.
E Lacam depois de escrever o triunfo das religiões, que será que compreendeu?


Benditos bêbados, mendigos, loucos, prostitutas!
Provas vivas do desprezo que reside em toda regra de conduta.
Espelhos de um íntimo que carrega todo homem e toda mulher,
Por mais plenos que estejam de qualquer moral...


Benditas árvores, casulos, animais!
Provas vivas dos segredos ancestrais,
Que resplandecem o ser...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Os compromissos:

Os compromissos:
Cumprimento de horários e de caminhos.
Submeter-se a uma direção comum todos os dias,
Mesmo não sendo os mesmos.
Regidos por um novo posicionamento dos astros,
Muda o clima, o humor, o movimento...

O desejo absurdo por enquadre:
Temerosos do tempo... E da moral!
Inventamos histórias, motivos, sentidos,
Subornos mentais pra nos tornarmos normais,
Qualquer coisa pra suportar o real...
Assim a humanidade se alimenta de vaidade,
Extravasando em vômitos a própria liberdade.

- Quem inventou o tempo?
Perguntou para uma mangueira um duende amarelo.
- Algum idiota.
Sussurrou uma das mangas que recém caíra.

E em algum lugar do mundo,
Uma criança sonhava acordada em plena madrugada,
Com olhos de eternidade e lampejos de fantasia.
- Vai dormir, Clementino! Amanhã cedo tem aula!

Sem clemência, Clementino assassinou a criatividade e foi deitar.
Lhe ensinaram que é preciso ter status, reconhecimento, um futuro.
- Preciso cumprir minhas obrigações, a mamãe tem razão.

Intuitos de prisão, ao próprio coração...

Habitat

Habitat
Ofertada a Raul Seixas


É muito difícil habitar este abismo...
Mas ao colocar os pés descalços nessa estrada,
É como se dela tivesse vindo,
E nela sempre fosse caminhar.

Suportar com alegria o precipício.
Por que, então? Essa imensa vontade,
De transmutar realidade, romper mentalidade,
E depois voltar ao chão?

Já que os Deuses não se pensam,
Próximos a eles me parecem muito mais,
As plantas e os animais.

Mas quando acordo em pleno dia,
Onde ecoa a poesia,
Canto alto essa agonia, só por provocar:

Viva a incompletude!
E a falta de juízo!
De que vale o paraíso,
Sem morder a maçã?

Caetanei a intolerância,
Quando vi nos olhos da criança uma estrela,
Com a mesma alegria,
Da mariposa e do leão!

...

A loucura real.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Entidade soberana

O amor,
Entidade soberana de toda beleza,
Acolhe paixões, solidões e até tristeza.
Faz brotar flores nas feridas,
Segredos em avenidas.
Traz o encanto as cicatrizes,
Sentido aos encontros, aos prantos, aos desenganos,
Justifica fazer planos e de si mesmo abrir mão.

O amor,
Pode ser a vida, a conquista, uma pessoa,
Que lembre o quanto a vida é boa,
E resgate um antigo sonhar.
Independe de saúde, posses ou etnia,
Reside até na covardia,
Na loucura, na magia, no eterno e no carnal.

O amor,
Aquele que faz brilhar tantos olhares,
Que leva as pessoas a seguir a mesma trilha,
Os idiotas a pensar na madrugada,
A escrita ser desenfreada,
O ridículo engrandecer.

Quem no amor insisti,
Pode ser tudo que existe,
No devir de enlouquecer.

Outro refrão

Outro refrão


Meu amor pergunta do meu devaneio debruçado a janela,
Sorrio desconsertado, sem a resposta certa pra agradar,
A verdade é que minha imaginação não tem arestas,
Ás vezes nem distingue luz e sombra,
Se preciosos forem os olhares.

Ela penetra minha alma e continua o questionamento,
Como se quisesse ser parte de mim também.
Bem vinda amor! Te digo sim pra qualquer absurdo.
Quem foi meu grande amigo? Se aquele personagem eu inventei?
Abrem-se os olhos e na real, tudo é fantasia.
O delírio da existência é pleno em beleza e dor,
Fizeram merda quando inventaram a história!
Amanhã é seu lá fora. Clamam os compromissos,
A alma fica pra outra hora.

E assim seguimos nossos passos,
Sem rumo e acreditando na direção.
Mas quando me perco em teu sorriso,
Me reprovo e esqueço da questão.

E até aceito a tragédia,
De quem prega a nossa falta tal qual religião,
Se a riqueza do homem é a incompletude,
Que não nos falte atitude,
Pra cantar outro refrão.

domingo, 21 de abril de 2013

Que força é essa?

Que força é essa?
Ofertada ao poeta amigo Wagner De Angeli Ferraz


Que força é essa?
Que nunca cessa.
Acelera, pausa,
Confunde... Meça!
O que será?

Deus do céu e da terra também,
Ventos dos mares, levam aos lares seu bem...
Será que existe algum sentido na batalha?
Se toda guerra começa com perdedores,
Quem dirá?

Viscerais anseios que a chuva traz,
Pra quem se perdeu buscando por paz...
Passeiam na lembrança pingos de dor,
Brindam os rastros, nossos sonhos de amor!

Em frutas abertas, portas não há!
Outras formas de vida,
Um semelhante a navegar...
Na curva dos caminhos,
O respeito das crianças é dado em risos,
Sorrisos.

Meu amigo Wagner,
Sempre me dizia:
Amadureça, sua poesia!
O que será?

Durante um trabalho espiritual no Brilho das Águas.Q

Caminhos abertos caminham...
Nas curvas dos sorrisos,
Das crianças.
Quanto a Deus não há temor e sim amor,
O respeito é dado em risos,
Sorrisos.

Em frutas abertas, portas não há
Outras formas de vida,
Um semelhante a navegar...
Que bonito que é, contemplar alguém que em si tatuou a morte,
Receber em troca, da vida uma chegada:
A notícia de um filho!
E o Religare recomeça...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Trágica oração

Trágica oração


Vive
Sempre escondida
Buscando formas para desaparecer

Linda
Aquela menina
Nunca foi o que pros pais devia ser

Busca
O berço perdido
E o abraço que dos braços escapou

E depois de tanto ao meio dia acordar
Quando triste esqueceu o segredo pra sorrir
Perdida no meio da solidão
Encontrou uma trágica forma de oração
E partiu pra nunca mais voltar

E quem vive linda busca imersa em meio a mesma solidão
Escuta a sua voz...

Desleixo

Desleixo


Quanto desleixo...
Um enorme acervo de brinquedos incompletos,
Nessa redoma confortável onde a vida verdadeira adormece,
E insisti em dormir e dormir.
Nunca é o que poderia ter sido...
Não há contentamento
Na entidade mais distante do cais...
O ego emana seus sinais.
E nesse trem há nenhum lugar,
Muitos lugares nos aguardam por chegar.

Me aparecem homens:
Médicos, atores, professores,
Escritores, palestrantes, pensadores...
Sentenciando disparos perdidos de conhecimentos,
Curiosidades e lampejos motivacionais para os lamentos
Aniquilando o deslumbramento, a descoberta.

Noel, cartola e companhia
Refém da fantasia
Tanta imoral poesia,
Não saberiam expressar

Diplomas!
Doces...
Vazios.

domingo, 14 de abril de 2013

Metáfora do nome do Pai

Metáfora do nome do Pai
Ofertada a Jacques Lacan


Entardecer do céu...
Ser azul ainda claro,
No escuro do dia.

Lembranças imponentes,
De sensações desconhecidas:

Homens me falam de coisas...
Homens tantas coisas falam.
Coisas e coisas e mais coisas,
de homens.

Ainda que me esforce,
Que ouça atentamente
A mente que mente,
Meu coração se nega.

A gente pensa que escolhe a poesia que carrega o caos de estar em paz ao deixar-se pra trás em meio ao cais onde nada jaz ao pensamento...

A metáfora do nome do pai, é ilusão de entendimento!
Pra raça que não escapa da cegueira,
De não ser contentamento,
Pra ter razão a vida inteira.

Vagamente

Existe um encontro marcado
Numa órbita qualquer
Entre vazios que se adoram
Talvez fora de hora

A embriaguez quer saber
Qual será o sentido da vida, afinal?
Se pra viver o bem
É preciso confrontar o próprio mal

Vagamente
Vaga a mente
Que olha pros lados
Que não encontra uma razão

Alguém abriu a geladeira pra pensar
Sem perceber a intenção
Atentamente
Atenta a mente
O deleite de viver uma paixão

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Escolhas que fazemos

Escolhas que fazemos


Nas escolhas que fazemos,
No tempo errante que nunca perdemos,
Nas transformações que participamos,
Nos sonhos que nunca vivemos...
Sempre estão presentes as pessoas.

Que tanto amamos, que deixamos de amar,
Aquelas que machucamos, por mais amor não saber ofertar...
Sem falar nos outros animais e nas plantas, que tanto podem ensinar,
Mas o bicho homem abate e não se pergunta,
O que plantou no lugar...

Das coisas que vi, vivi e aprendi,
Acredito que a nossa missão mais difícil e preciosa no mundo terra,
É manter o coração aberto:
Pras críticas construtivas, pro arrependimento, pro perdão,
Pra opinião divergente do outro, para o caráter diferente do irmão,
Pra verdade que não tem dono, para o amor que se sente,
Pro Deus que na face da formiga está...

Por que será que não aprendemos a ensinar uns aos outros?
Sempre uma crítica, um julgamento, um dedo apontado pra outra direção...
Nunca um por favor, com licença, gratidão.

A ordem ensina soldados.
O amor ensina o coração.
Meu sincero pedido de perdão,
A quem machuquei por não ter despertado até então para estes ensinos.
Minhas sinceras desculpas,
Para quem ainda vier a machucar com a minha cegueira.

E minha imensa gratidão aos que fortalecem a caminhada,
A vitória do amor, pela vida e pelos nossos irmãos.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Lampejo visceral do prazer...

Nas entranhas da noite, raízes profundas são atrizes.
Ecos de nós, silêncios com voz, visitam a superfície.
Lampejo visceral do prazer, muito além do ser.
Nenhuma novidade, perder identidade,
Renascer.
Lampejo visceral do prazer...

O que deseja a noite?
A noite te deseja o que?
O que deseja o desejo?
Quando dorme o desejo
Quem é você?

Pessoas fascinantes

Pessoas fascinantes


Essas pessoas fascinantes...
Com seus medos bobos, seus sonhos impossíveis.
Céticos da paz, crentes demais.
Tantos em um...
Transbordando o motor da vida,
Esquecidos pelo próprio esquecimento.

A ciência e sua autoafirmação.
A verdade e sua relativização.
O espírito e sua banalização.
O homem e seu tormento.

Se toda visão de mundo é delirante,
Não acredito nem desacredito de nada.
Integrante da obra, todo homem é estrada.
O caminho da vida é a morte.
O da compreensão é o nada.

Ou não...

sábado, 6 de abril de 2013

Outro ser sê

Outro ser sê


Não sejamos obstáculos nos nossos próprios caminhos.
Já temos muitos.
Não sejamos obstáculos nos caminhos dos nossos irmãos.
Eles já enfrentam tantos.
Sê professor, sendo amigo. Sê aprendiz, sendo humilde.
Sê todo, inteiro e verdadeiro, sendo amor.

Desacredite de tudo.
Da ciência, do homem, desse texto, da religião.
Acredite em tudo.
No homem, no despertar da consciência, no amor.

Existem vários de nós caminhando até o primeiro bom dia.
Somos tantos nos álbuns de fotografias.
E a cada nova reflexão, sementes geram vida, plantas desabrocham, a terra nos respira e o universo responde a cada sorriso que oferecemos.

Acredito em você que acredita nesse texto.
Acredito em você que desacredita, também.
Sê inteiro é ser o outro.
Outro ser sê.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Queimando calma

Queimando calma


Peço a Deus que me dê força
Para me manter de pé
Quando não houver mais chão
Que eu caminhe sobre a fé

Ódio é também amor
Dado de outro lugar
A escuridão sem fim
Se faz luz ao despertar

Queimando calma,
A arte impõe a alma
O encontro dos corpos.

Assumir um lema é entrar em dilema.
Nenhum problema. A saber:
Ao nascer, a terra respira você.

Distantes de nós

Distantes de nós


Adultos leem livros
Procurando formas de enriquecer
Sob pena de sofrer
O próprio ser

Crianças imitam bichos
Gozam a liberdade de querer trocar
A paz por um pacote de biscoito
Podem ver, o amanhecer, a grande novidade do nada saber
E sorrir, ao ouvir, contadas as suas bobagens grandiosas
As sua bobagens grandiosas

Que educação é essa
Que nos faz senhores de posses
Distantes,
Distantes de nós.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Duas ou mais visões

Um eixo, duas ou mais visões.
A madrugada, diferentes seres habitando os corações.
Quanto aos desejos, confusas intenções.
Colocaram à venda a branca de neve, surgiram mais de cem anões.

Depois perguntam de onde vem à marra.
Querem licença pra entrar sem respeitar as amarras.
Foda é querer e não conseguir chorar.
Escutar o evangelho e nas palavras nunca se encontrar.
Real mesmo é levar a fantasia a sério!
Revelações que trazem a simplicidade,
Como único mistério...


Quantos malabarismos são feitos por dia,
imersos em tanta hipocrisia,
pra negar nosso próprio juízo de valor?
O conflito entre o espírito livre
e as convenções já instaladas na mente,
que mente.

Voos turbulentos, metrô até nos becos
e a malandragem deixou de ser instrumento pra compor.
Agora é bolsa família, minha casa sua vida,
vote em mim que eu te dou.

E você que leu até aqui, aflito, do que recordou?
Vivências, memórias, histórias.
E dos seus erros lembrou?

É aí que mora o conflito:
Querer combater é o aviso da sua mente,
que revela o disfarçado juízo de valor.
Fudeu! Alguém pensou...

Romper a expressão

Romper a expressão


Quando o olhar cruzar o foco
Como quem busca romper a expressão
Não se esqueça de há quem tanger a arte
Entregar seu coração

Palavras desgarradas na brisa do instante, banho de chuva no mar
No balanço da gente que o frio esquente, eternize o passar...
Calmo ou sedento, andando ou correndo, tesouro é o ar
Lá fora te espera o que além da janela, não se pode enxergar.
ar.

Moitinho

Dedicada a Felipe Moitinho:


É natal,
Nenhuma falta faz o velho Noel.
O místico vive na simplicidade,
O presente fez morada na gratidão.
Nem sequer tenho consciência do que desejo.
Talvez não deseje nada,
Talvez deseje o nada.

O silêncio da madrugada não me perturba,
Motivo de sobra pra depois de tanto tempo voltar a escrever.
Mas não a verdadeira razão.
Atravessa o raciocínio o sorriso doce da namorada,
Outro dia ela me perguntou se eu sobreviveria na escuridão.
Que a poesia faz luz em qualquer lugar seria boa resposta, penso
No escuro em que escrevo na folha que rege a vertigem,
Do laço de um encontro, que nunca precisou de muitas palavras,
Nem de definições.

Escrevo porque assim como o amor,
A amizade brilha mais que a distância,
Que o desconhecido das nossas crianças,
E os porquês que deixamos pra ontem,
Quando ainda era amanhã.

E hoje o incentivo veio de um perto longe.
Veio de Moitinho, lampejos de moinhos, pra quem mando com carinho,
Minha benção e gratidão.

E eis que peço ao brado da palavra,
Que lhe abrace em peito forte,
Pra que firme o seu coração,
Ao encontro do seu merecido norte.

Súplica insana

Súplica insana frágil rasa
Como nossas vidas

Sem ganas
Sem dramas
Fome, só fome.

De quê?

A cegueira usa o ego pra poder enxergar...

Quando tudo vai bem...

Quando tudo vai bem


As pessoas me perguntam se está tudo bem.
Parei de beber, não me encontram na noite, o meu ídolo morreu.
Sorrio tal qual criança, como quem descobre a simplicidade como único mistério. Ecoa o canto de um sábio bigodudo, lembrando que mais importante do que o que a cabeça pensa, é aquilo que a alma deseja.
É que a loucura sã é mais real. E nem faz mal.
O dia também oferece escuridão. Como a luz que oferta a sombra. E também os raios de sol, que indicam a direção, a quem tem os olhos sempre atentos.
E num choro de luz, revelo um segredo que me contaram, a quem se interessa em saber:
A morte é igual a nascer.

Não coisa

Que coisa é essa que vive dentro da gente?
É silêncio, é grito. É partida, é chegada.
Semente e estrada.
Não podemos ver ou tocar,
Nem mesmo ignorar,
Por que subverte as horas,
Faz da noite sem fim,
Um instante de glória.

Que coisa é essa?
Que persiste, mesmo quando não há nada.
Que sabe mais de nós mesmos que um melhor amigo,
E faz do próprio umbigo um lamento,
Da riqueza tormento,
Da loucura libertação?

Que coisa é essa?
Que tem mais estrelas que o firmamento,
Lampejos de eternidade,
Despreza a razão, a idade,
E sorri pra moral?

Que coisa é essa?
Que torna o amargo tão doce,
A incompletude paixão,
Poesia salvação,
O amor gratidão?

Tem mais frutos que o mais farto pé,
E mais Deus,
Que um luminoso ato de fé.
Que coisa,
Não coisa se é?

Gosto de quem mostra os olhos

Gosto de quem mostra os olhos


Gosto de quem mostra os olhos
Mulheres, plantas, homens, animais
Gosto de quem tem nos olhos
Sonhos que não mostram
As manchetes dos jornais

Pra algo ser bom
Nada precisa ser ruim
Um alguém feliz
Encontrar ficou difícil

Indícios...
Precipícios...
Crianças livres
Adultos cheios de vícios

Por isso pense pouco
E sinta bem
Ao escolher seus amigos
Sua casa, seu alguém

Melhor ter pouco
E querer bem
O seu laço, seu abraço, seu amém

À margem do caminho,
Zumbindo a grande velocidade,
Um pássaro perdido com endereço certo...
O véu azul claro revela a noite,
No compasso em que dança um mendigo solitário,
Esbravejando doçuras e sonhos esquecidos.
O que nos salva é viver.

Peço

Peço


Peço
A minha profunda tristeza
Peço
Com firmeza e alegria
Façamos as pazes
Façamos as pazes

Histórias se repetem em vivências claras
Provei doces, amargos, mas não sou o mesmo
Já não sou o mesmo

Edifico sonhos feitos de flores
Procuro na dureza por doçura e amor
Por favor
Como for

Perto do mar, perto mar
Perto do mar, perto do mar
Para Yemanjá!
Peço força para trabalhar

Lamento da vida
Da morte
Perto estão! Cegos estão!
E você, o que vê?

Querer infinito II

O meu querer infinito
Já não trago escondido
Nem vagueia ao luar
Verdade que sinto e que firmo
Protegendo o amor
Que me sobra pra dar
Eternizado na força do tempo
Que me falta
Pra durar

Hace mucho

Hace mucho


Hace mucho me acompaña una gana insaciable de hacer poesía en castellano
Sólo para decir a algunos especiales amigos cuanto los quiero
Pero elegir palabras para hablar de amor no me parece sincero
Además cuando sí trata de algo intenso y desmedido
Más fuerte que el tiempo, la distancia y la eternidad
Por ser un soplo tan sencillo que hace mágica la vida
Y lo que siento cuando miro la ventana con mis ojos cerrados
Es que los llevo siempre a mi lado
Como una representación de un universo que confunde nuestra identidad

Saudade

Caboclo bom da floresta

Caboclo bom da floresta
Ofertado a Eduardo Valverde


Caboclo bom da floresta
Caboclo bom da floresta
Ensina os teus irmãos a trabalhar com alegria
Ensina os teus irmãos a trabalhar com alegria

Sê forte, não endurece, raios de Yansã estão a bailar
Sê forte, não endurece, a Mãe dos Ventos está a bailar
Encontra com Deus na terra, semeia a arte de amar
Encontra com Deus na terra, semeia a arte de amar

Entrego estes ensinos para resplandecer
Não é como você quer
É como deve ser

Entrego estes ensinos para todos resplandecer
Não é como nós queremos
É como tem que ser

Começar na vida espírita é cuidar do teu irmão
Começar na vida espírita é zelar o natural
E o amor é que traz vibração pra oração chegar ao astral
E o amor é que traz vibração pra oração chegar ao astral

quinta-feira, 14 de março de 2013

Sonho de menino

Sonho de menino


Sonhei esta noite que era um menino
Acordei chorando pra depois sorri
Esta noite sonhei vida de um menino
Acordei lembrando um pouco mais de mim

Caminhava pela orla da sua cidade
Procurando versos que deixou no caminho
Caminhava pela orla de uma cidade qualquer
Rastros de liberdade seguiam os seus pés

O seu maior temor era sentar a poltrona
Gozar a fama de uma fotografia
Entendia o dever como prisão de quem ama
Quadros e riquezas nada lhe valiam

Fez a sua morada na praia da barra
Fez sua morada numa praia qualquer
Vendia cocos frescos e amava demais
Pagava seu preço pra viver em paz

Mudou seu destino deixou tanto pra trás
E sentiu-se rico quando não quis mais
Sonhei essa noite vida tão bonita
Acordei procurando um menino em mim

segunda-feira, 11 de março de 2013

Silêncio impreciso

Silêncio impreciso
Ofertada a Lara Mendes


Breve abismo de um silêncio impreciso,
Quando a gente não se entende...
E eu sinto a tua falta
Em qualquer olhar

A alegria é mais bonita,
Quando você está presente
Mas sou grato aos meus amigos
Por poder cantar
A vida!

É que a alegria é mais bonita,
Quando a gente ama e sente
Que a vida é um presente
Para quem se dar

Mais do que feridas, flores nas sementes
Estrelas solitárias e seus lampejos inocentes
A distância prova o quanto junto se está.
Águas, plantas, um deserto a comungar

Coisas do coração
Não há razão
Sorte é ter
Amor pra dar

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sons de União

Sons de União
Ofertado a Lara Mendes


Lembra amor
Quando quiser esquecer...
Pra viver um amor pra valer,
É necessário regar

Lembra amor
Quando quiser florescer...
Tudo já vive em você,
Basta bem fundo olhar

Saiba amor
Penso em ti a cada instante
Nos meus erros e coisas pouco importantes
Te levo no meu caminhar
De amar

Sinta amor
Que cresce a cada sorriso
E abraços o meu compromisso
Com a firmeza do nosso sonhar...

Lara é flor da manhã
E das tardes de sol
Cores do céu sob a luz do farol
Quando ela passa, o meu coração
Se enche de graça e gratidão
Por todo tempo que passei na solidão

Pra ser feliz nem preciso um por que,
Choro de luz, me preparo pra ser
Uma criança, um sorriso, um homem melhor
Encontro de abismos e o laço do nó
Que leve segurança pra ela sentir
Carinho, saudade, vontade de mim.

Ela quase se foi

Ela quase se foi


E ela quase se foi.
Deixei que fosse diversas vezes,
Antes de impedi-la.
Os segundos intermináveis ainda passeiam no quarto,
A espreita de qualquer sinal de vaidade, ciúmes, orgulho,
Qualquer coisa que possa fazer o amor parecer menor,
Diante da pequenez humana.

E ela quase se foi.
Morri diversas vezes,
Antes de impedi-la.
A firmeza do espírito passeia no quarto,
Zelando a paciência, a humildade e a verdade,
Elementos sagrados que ensinam a imensidão desmedida do amor,
Curando toda dor humana.

Então ela ficou...
Aurora leve e doce do despertar.

Dança das convicções

Dança das convicções


É preciso pensar para ser?
E ouvir pra cantar?
Quando julgavam você,
Quem te ensinava a orar?

Belo dia eis que chega o saber,
E convida as convicções pra dançar
Quem se recusa a ouvir,
Tempo sobra pra falar!

Estrelas também são você,
Brilha em nós nossa sina!
O ódio nos serve de que?
Que linda aquela menina!

A biosfera há também de lembrar,
Que o homem é só mais um ser!
Agradeço pra começar,
Por morrer ser igual a nascer.

Louco

Louco


Quero aproveitar a madrugada
Para agradecer o que o Juliano Moreira me ensinou
Loucura não é chocar contra a parede,
Achar que é outro alguém,
Criar na mente histórias que amenizem a própria dor

Louco...
É o homem que não conhece o amor

Outro instante

Outro instante


Da vida errante
Outro instante
Pra lembrar
A paz

O espelho não reflete mais
Mentes cheias
Idéias vazias
Dias e mais dias
Sem mais

A saudade
Só da solidão
Que não deixou que nada fosse em vão

E a quem te deu a vida
Companhia
Como retribuição

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

De mansinho

- Bom dia, Pietro!
- Bom diaa!
- Andei vendo seus escritos. Você tá mudando suas poesias?
- Não. Eu tô versando as minhas mudanças.

De mansinho


- Bom dia, Pietro!
- Bom diaa!
- Andei vendo seus escritos. Você tá mudando suas poesias?
- Não. Eu tô versando as minhas mudanças.

Viver
Acordar
Bem cedinho

Ao nascer
Do sol
De mansinho

Preparo o meu chá de Cidreira
Vou a praia saudar
Alguma pessoa

Riqueza verdadeira é poder
Estar numa boa
Com qualquer pessoa

Viver
Acordar
Bem cedinho

Ao nascer
Do sol
De mansinho

Ofereci ao mar o pé
E ganhei um beijinho

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Profundezas do esquecimento

Das profundezas do esquecimento,
Um pedido ao tempo:
A poesia sem palavras
Livre das leis
Que distanciam a justiça

Tal qual a mulher que ganhou meu coração ensinou
Calar pra poder sentir,
E alcançar lugares
Franqueza é vital pra perceber
A beleza dos verdadeiros olhares

Todo dia sonha com a paz,
A mesma agonia
Clama por água alguma planta
Ao lado debruçada na janela uma pessoa
Lamentando a vida fria

No âmago a vertigem da consciência
E os toques dos amigos, também!
Fale pouco, fale pouco!
E ao encontrar o silêncio,

Amém!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nosso filme

Nosso filme


A vida é também um filme, o nosso filme
Quer saber o final? Desenrola a fita primeiro
Repara em quem liga a tv, liberta quem vai ao banheiro

Se vire
Respire
Inspire

O amor não se faz só de conduta
Quando a mãe concebe a vida
Ilusão achar
Que a passagem é só de ida

E então ele vomitou, seus medos
Levantou a cabeça, anseios
Olhou no espelho devagar
Pena não ser possível interromper o julgamento

Se a sua história pudessem contar
Haveria mais alma pra dar