sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cegueira do lamento

Cegueira do lamento

A estúpida ideia do poder, do querer de quem a quê, lembra a oculta relação, de um mundo sem razão.

O nosso desconforto,
cada vez mais violento e desatento, vão tornando natural o absurdo, de lamentar a vida.

Causa e efeitos se confundem, e a dimensão do desespero, transforma em causa pacífica, a sórdida vontade encoberta...
Enquanto nos espelhos

Peculiares formatos sutis

Assustadoramente assumem

Aquilo que não pode ser visto



Lamento da vida
Da morte
Perto estão! Cegos estão!
O que você vê?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Em defesa da pequena flor

Em defesa da pequena flor
Para Nadjane Sampaio


Pensei em trazer o Drummond
Mas justo não parecia
Despertar todo esse dom
Pra quem não sente poesia

Lembrei também
Do famoso pôr do sol
A inesquecível morena
E as cores do farol

Qualquer dia, senhores
Eu convido vocês!
Lá cabem socialistas
E até mesmo um burguês

Podem levar também o recalque
O veneno, coisa e tal
No nosso jardim encantado
Não floresce o mal

Nem nos olhos da pequena flor, tão ingênua
Mas com sabedoria divina, vejam vocês!
Eis que a maldade bateu no peito
E voltou pra quem mandou
Transformada em energia positiva e amor

E toda riqueza reluziu
Nas coisas que vocês não sentem
Que bom que nunca é tarde
Abram os olhos, o Bem está em toda parte

Já vou indo, senhores! (a pequena flor ilumina minha janela)...
Deixo luz outra vez
E que a inveja um dia
Liberte vocês

Paz!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

As mágicas da vida

Renovação tem gosto e cor de infância
Talvez por haver sempre tempo pra ser criança
Viver de brincar e acordar pra sonhar
Respirar o milagre de ser novo a cada dia

Pôr sol onde chove e poesia no silêncio
Fechar os olhos e distinguir quem foi de quem se é
E abraçar o frio bem forte
Pra lembrar que a vida é a gente que ri

E as lágrimas? As lágrimas a gente mistura
Com as gotas de chuva que o vento carrega
Sensibilidade é hábito, assim como amar!
Sem pressa, purificar o coração

Pra ser muito mais o que sente!


Santiago de Compostela, Espanha.
Contemplando a catedral...

Versar é dança

Versar é dança


Pensava escrever sobre a dor
Mas o ridículo sussurrou um segredo:
Sentir dor tornou-se clichê demais
Versar combina mais com dança
Entre vento e mar que ensinam a direção
Quando derrubam os castelos que fazemos na areia

Percebi desfrutando os aromas das flores
Que o menos importante do perfume é o frasco
Quando invisíveis sobrados coloridos
Sopram a voz do coração

A misteriosa realidade da vida

A misteriosa realidade da vida


Trilhando a desordem do tempo
Buscar em si humildade se faz necessário
Pra respeitar as pedras no caminho
E subir um degrau de cada vez
No curto sonho da vida

Almas gritam em silêncio
Enquanto mentes combatem as imagens obscuras
Dos erros que se repetem junto com o tormento
De ver o passar do tempo e a escada no mesmo lugar
Na dura realidade da vida

Se perder também é caminho
Gratidão a Deus por toda dor carregar alguma lucidez
E pela compreensão de que o que a sociedade aponta em alguém como problema
Pode ser o que ela possui de mais precioso
No doce sonho da vida

Abismos podem ser rasos ou infinitos
Quando a própria mente aprende a pôr ilusão em sonhos adormecidos
E vai alimentando sorrisos, um de cada vez
É preciso aprender a enxergar a magia dos degraus
Na misteriosa realidade da vida

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ver melhor

Ver melhor


Não querer as coisas perfeitas
Quereres em movimento
O açoite que traz a noite
Errante! Sem lamento

Frutos da madrugada para o silêncio se oferecem:
Nobres segredos contados aos gritos
Pelos loucos,
Sóbrios loucos!
Reflexos de cada um de nós;
São pessoas que excluímos,
Temendo peculiares formatos sutis
Que assustadoramente escancaram
O que nos negamos a enxergar

Pessoas envaidecem
Seduzidas pela ditadura dos padrões
Status, riquezas, ilusões de um sombrio espelho
Que as conectam por um desconhecido vazio
E o que é que foi perdido e violentado,
Pela sórdida vaidade do espelho que desune essência?
Talvez pela sede do momento
Talvez para engrandecer o que reflete

Estarão todos cegos e enfermos
Na medida em que creem ter?
Ou serão só espelhos refletindo
Espinhas sem humildade?

Vai estrofe torta solta
Buscar um porto, vai!
Ardendo em fogo
Pra ver o que atrai

Vai, acorde! Louco, torto, solto
Leva embora minha vaidade
Faz o espelho refletir verdade
Pra que eu possa ver melhor

Ver melhor...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Canção do aprendiz

Já não posso aceitar...
E nem mesmo entender, o que,
Leva um homem a fazer, outro homem sofrer
Será falta de poesia?
Há quem saiba preencher
Com ela a barriga vazia

E há também
E há também, meu bem!
Quem aparente não ter nada para impressionar,
Nem por fora nem por dentro
Mas quem será capaz de ver a noite cruzando o mar
E os sonhos que carregam o vento?

Vou aprendendo a perguntar,
Na simplicidade de um aprendiz
Ainda que tenha provado tragos doces e amargos,
Já nem sei se meu paladar segue sendo o mesmo

... Perder-me ensinou-me
Que foram meus passos e não o caminho
E que não haveria paz
Perseguindo ao destino

E aos passos de aprendiz
Não dissimulo e abraço o que vem
Chamando cada coisa por seu nome,
Lembro que poesia é forma de oração!

Aprendi a não querer mudar as flores,
Ao ferir-me nos espinhos.
Quanto mais profundo o corte for,
Mais beleza há de ter!

Aquele que teme o erro,
Angústias, si mesmo e até a dor
Talvez lhe falte ainda
Embriagar-se de um grande amor

Nenhuma análise explica o que é o Amor

Nenhuma análise explica o que é o Amor
Ofertada a Psicanalista Clarissa Lago


Ver crescer...
No devir daquela melodia que nos ensina a amar
Sonhos e laços e passos que tanto inspiram a cantar
A força incrível do que quer se revelar
Na essência do teu ser
Liberdade há de ser
Um delírio tão real!
Será o verbo sentir, atemporal?

Renascer…
Nas águas mansas que um dia
O seu menino chorou
Pranto de luz que reluz a história
De um grande amor
Aquecer a mansidão
Entregar o coração
E ver...

Além do que existe
Sentir além do que há
Não deixar que catequizem o verso
A marca do seu caminhar

Quando a gente pensa, liberdade ou sentença?
Quando pensa, em quem não pensa?
E quando somos, escolhemos ser?

Diferentes mundos escorrem sob as cordas do coração
Mentes confusas lançam seu brado na noite
Amanhecem silêncio procurando resposta

Erráticos, errantes, pseudo pensantes
Quando me falaram que real não seria
Eu disse preferir a fantasia

Recuando aos poucos, sem nunca perder a direção
Novos contatos, abismos, relatos, fatos
Surtos da mesma contradição

Não tenho nada controlado, só uma imensa vontade de viver!
Entre a falácia do apego e o medo da rejeição
O Poeta sempre antecede o psicólogo

Nenhuma análise explica o que é o amor

Pietro Pan