quinta-feira, 28 de junho de 2012

Sentir-se vivo

Quero falar,
Dessa coisa louca que às vezes ocupa
O mesmo espaço que a sala vazia,
Que a vida vazia...


No sofá, o café com leite que já foi bebido
E o tempo perdido em vão, na televisão.
Pensamentos insistentes e sinceros a pulsar,
Quase uma febre que não para de gritar, pouco importa o lugar
Quando o coração vagabundo bate mais forte por si mesmo
Não se entrega ao que convém,
Abandona a poesia e não fica aquém
De todo jogo sujo que não quer te ver se levantar!


O mundo julga mais bonito quem segue algum padrão
Mas o seu juízo de valor,
Só me torna mais sagaz
A previsão do acidente a gente faz
Quando constrói um novo mundo,
Ejaculando o tédio em algum vício vagabundo!


Vida correndo nas veias é o que chamo de nobreza, parceiro
Sempre é tempo de voltar,
A sentir-se vivo.

domingo, 17 de junho de 2012

O mundo lá fora

Há quem entenda por visceral a insanidade.
O silêncio ensurdecedor da noite, as lágrimas de luz, o suicídio do amor.
Pode também ser o diálogo entre um mendigo e um burguês esteticista
Quando cada qual pra compreender o outro, esquece a própria dor.
Não é importante que acreditemos nas mesmas coisas,
Nem que faça sentido à direção.
Se o gole de vaidade for menor que a embriaguez do respeito,
Começamos bem.

Presente não é aquela coisa cara que você recebe no natal,
O cumprimento de alguma estúpida convenção.
Presente é encontrar pessoas que te convencem que vale á pena escutá-las.
Resolvi escutar o que cantava um cumpa e me ocorreu enfrentar o papel em branco.
O que está por vir? E se nada vier?
A possibilidade de que não chegue nada parece suficiente para reconhecer o medo.

Última dose, tô de saída.
Outro mundo me espera lá fora.