quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Mosconautas Callejeros

A natureza da dúvida
Convém a mentira que urge
Do abandono de sonhos sinceros
Eis a consolidação de um novo réu
O próprio esquecimento pra pagar o aluguel

Versando ardentes desejos
Desafinando razões com meus beijos
Despertando o julgamento, dos que vão em linha reta
O status é a estrada pro abismo, indo na direção certa

O seu canto é bonito menina
É mesmo uma pena, mas ele não me toca
Prefiro andar por aí distraído de tanta eloquência
A loucura é a mãe da ciência
Crianças felizes questionam as crenças
E a epistemologia também
Perguntas nos levam além
Amém

Eu não posso ser saciado
Por planos comuns, realizações banais
Dinheiro, cruzeiro, a festa do ano
Sucesso, correria, marcas caras, uma vida sem paz
Produtos, dos seus vis metais
(Quem dá mais?)

Já nem sei o que quero da vida
Um dia, isso foi diferente
Mas aprendi que a visão que se tem do passado é velha
Quero, desver cada um dos olhares
Despencar das certezas, como quem planta
Grãos de mar em sonhos de estrelas lunares

Somos Mosconautas Callejeros
Somos crias da lua
Românticos, habitantes da noite e dos terreiros
Parques, jardins, estradas, um suspiro do além
Mente aguçada, D2, sempre tem
Sua forma de viajar, pra qualquer lugar, com o seu sonhar
Renovar cada olhar
Sobre Deus, sobre o outro, tal qual coito
Por vezes perdidos, sedentos, afoitos
Mas na vida se cai, se leva rasteira
Quem nunca caiu, não sabe da glória
Que é chorar de luz, a força que conduz
Pro precipício
Que nos ensina a voar

28/09/2016
Pietro Pascoli

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